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Diretores de serviço alertam para “risco de colapso”

Doze diretores de serviço do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, denunciaram hoje que há um “risco iminente de colapso nas urgências de Pediatria e Obstetrícia” e que há uma “absoluta carência de médicos” na unidade hospitalar.
Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja

Doze diretores de serviço do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, denunciaram esta segunda-feira, dia 5 de fevereiro, que há um “risco iminente de colapso nas urgências de Pediatria e Obstetrícia” e que há uma “absoluta carência de médicos” na unidade hospitalar. Através de um manifesto divulgado à comunicação social, intitulado “Porque não podemos, nem queremos, ficar indiferentes”, mostraram-se preocupados com a “situação de absoluta carência de médicos para fazer face às necessidades assistenciais da população pela qual a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) é responsável”.

O manifesto, subscrito por mais de metade dos diretores dos serviços, o que inclui Psiquiatria, Fisiatria, Pediatria, Hematologia, Pedopsiquiatria, Medicina, Anestesia, Ortopedia, Obstetrícia, Hospital de Dia de Oncologia, Urgência e Patologia Clínica, refere ainda “o risco iminente de colapso nas urgências de Pediatria e Obstetrícia" e "as graves dificuldades que estão a passar a Anestesiologia, a Radiologia, a Cirurgia Geral e mesmo a Ortopedia”. A Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) ainda não se pronunciou sobre o manifesto.

Ana Matos Pires, diretora de Psiquiatria, diz que a “absoluta carência de médicos é uma realidade nacional conhecida no interior do país”, incluindo o Hospital José Joaquim Fernandes, onde, diz, a situação se tem agravado. Salienta o estado da Pedopsiquiatria, a única do SNS do Alentejo, “em carência absoluta”.

O manifesto foi enviado para o Ministério da Saúde, Administração Regional de Saúde do Alentejo, para a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL) e para as câmaras dos concelhos servidos pela ULSBA, e Ana Matos Pires diz que, através dele, os diretores querem mostrar a sua disponibilidade para encontrarem uma solução.

Refere ainda que, em 2017, não foram abertos concursos para recém-especialistas e que tem sido cada vez mais difícil atrair e manter novos clínicos na região. A inexistência de vagas nacionais para as especialidades hospitalares afastou ainda mais a possibilidade de atraí-los. Abriu apenas um concurso para Medicina Geral e Familiar.

Ana Matos Pires sugere que seja feita uma discriminação positiva de forma a atrair médicos especialistas, que favoreça a qualificação e a progressão na carreira e que não use “internos para tapar buracos de necessidades”.

Não abordando, para já, a hipótese de demissão, a diretora afirma que os lugares dos signatários “estão sempre à disposição, porque trabalhar em condições de precariedade absoluta não é a nossa solução".

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