As imagens divulgadas esta quinta-feira por ativistas revelam um cenário nunca antes registado no transporte de animais. O navio que desembarcou 15 mil animais em Israel tinha proveniência de Portugal.
De acordo com o grupo Israel Against Live Shipments, este foi o pior e mais sangrento desembarque que alguma vez registaram, com animais empilhados devido a sobrelotação, cornos partidos, animais com sangue a escorrer de feridas abertas com inúmeros sintomas de stress e desidratação, entre outros.
O navio Gulf Livestock 2 chegou no passado dia 29 de Março a Israel, 11 dias depois de ter saído de Sines, mas ainda teve de esperar mais 30 horas para desembarcar, devido ao congestionamento no porto israelita.
A PATAV (Plataforma Anti-Transporte de Animais Vivos) partilhou estas imagens chamando à atenção que este navio, anteriormente chamado Aldelta, foi o mesmo que em 2017 foi suspenso pela DGAV de operar em Portugal devido a reiteradas violações dos regulamentos europeus.
Até ao momento, a DGAV ainda não esclareceu que garantias foram dadas de que todas as não conformidades estavam resolvidas e que a tripulação tinha recebido a formação adequada para lidar com os animais, de forma a justificar o levantamento da proibição de circulação do Gulf Livestock 2/Aldelta. A DGAV não esclareceu também se, depois da denúncia deste último desembarque, se vão retirar novamente a licença ao navio.
Para Marisa Matias, membro da Comissão de Inquérito sobre a Proteção dos Animais durante o Transporte, "não é a primeira vez que este navio não cumpre as exigências sanitárias previstas na legislação e que viola o bem estar animal com tamanha crueldade. É preciso garantias de que não volta a acontecer e saber quem assumirá a responsabilidade por mais esta atrocidade."