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Desastres naturais custaram mais de 160 mil milhões de dólares em 2012

Apesar do prejuízo, o número de mortes foi bem inferior à média da década, pois a maior parte dos eventos extremos aconteceu em países desenvolvidos, como o furacão Sandy nos EUA. Por Fabiano Ávila do Instituto CarbonoBrasil
Destruição deixada pela tempestade Sandy na costa de Nova Jersey / Mark C. Olsen / U.S. Air Force / Wikimedia Commons

O ano de 2012 foi marcado por inúmeros fenómenos climáticos extremos, especialmente secas e tempestades. Porém, esses eventos concentraram-se em nações mais bem preparadas, em especial nos Estados Unidos, o que diminuiu consideravelmente o número de mortes e de prejuízos em relação a anos anteriores, quando países do sudeste asiático, por exemplo, foram os mais atingidos.

Segundo números da resseguradora Munich Re., as mortes causadas por desastres chegaram a 9,5 mil, bem abaixo da média de 106 mil registada na década. Essa queda é explicada pela localização geográfica das tragédias e também pela ausência de um evento da magnitude do terremoto do Haiti, que em 2010 causou 200 mil mortes, ou do tsunami no Japão, quase 20 mil mortos em 2011.

As perdas financeiras também foram menores do que em anos passados, ficando em 160 mil milhões de dólares, contra os 400 mil milhões de dólares de 2011. Novamente a localização dos eventos extremos, ocorrendo em países que possuem políticas melhores de defesa civil, ajudou a diminuir os prejuízos.

Mesmo assim, apenas o furacão Sandy, que atingiu o Caribe e a Costa Leste dos EUA, respondeu por perdas superiores aos 50 mil milhões de dólares.

O segundo fenómeno que mais rendeu prejuízos foi a seca prolongada que atingiu diversos estados norte-americanos, incluindo todo o chamado “cinturão do milho”, e elevou os preços dos alimentos em todo o mundo.

A perda na agricultura foi acima dos 20 mil milhões de dólares, sendo que, desse total, entre 15 mil milhões e 17 mil milhões de dólares estavam segurados, representando a maior quantia já paga por seguradoras para o setor na história.

“As perdas severas causadas por catástrofes naturais nos EUA mostram que mais esforços de prevenção são necessários. Ações nesse sentido evitam prejuízos e também permitem que seguradoras diminuam o preço dos seus serviços”, afirmou Torsten Jeworrek, da diretoria da Munich Re.

Em termos de terramotos, 2012 foi marcado por abalos na Itália entre maio e julho. Muitos edifícios, incluindo marcos históricos, foram atingidos, resultando em 16 mil milhões de dólares em prejuízos. Porém, nada que se comparasse aos tremores de 2011 no Japão e na Nova Zelândia.

Os eventos climáticos foram bem mais frequentes do que os abalos sísmicos, com tufões atingindo alguns países asiáticos, como as Filipinas. Porém, o destaque negativo foram mesmo os fenómenos nos EUA – o Sandy e a seca.

“Estas duas catástrofes claramente demonstram os tipos de eventos que podemos esperar ver mais comummente no futuro. Não é possível atribuir um evento individual às mudanças climáticas, entretanto diversos estudos salientam que é grande a probabilidade de que secas e tempestades se tornem mais frequentes nos EUA. Além disso, o aumento no nível do mar vai tornar mais perigosa cada nova tormenta. Isso tudo, somado à falta de progresso nas negociações climáticas internacionais, realizadas recentemente em Doha, no Catar, torna essencial que cada nação adote medidas de adaptação e proteção”, explicou Peter Höppe, líder do Departamento de Riscos Geográficos da Munich. Re.

Artigo de Fabiano Ávila do Instituto CarbonoBrasil

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