Depois da conferência de líderes desta terça-feira sobre regras no debate parlamentar, que aconteceu no seguimento dos insultos dos deputados do Chega à deputada socialista Ana Sofia Antunes, o Bloco de Esquerda reafirmou o seu compromisso com “instrumentos que permitam defender o debate parlamentar” porque “a democracia não pode conviver com a agressão”.
À margem da conferência, o líder da bancada parlamentar do Bloco de Esquerda, Fabian Figueiredo, defendeu que “nenhum deputado ou deputada pode ser agredido verbalmente ou ser alvo de coação” e que “a liberdade de expressão tem de se defender de quem a quer degradar”.
No contexto dos insultos direcionados à deputada do Partido Socialista, Fabian Figueiredo disse ainda que “há uma só bancada que é responsável pela degradação do debate democrático”, apontando o dedo ao Chega.
Sobre formas de defender o debate parlamentar, o Bloco de Esquerda entende que o código de conduta deve ser densificado, mas não defende sanções. “Só está interessado em medidas que forcem o funcionamento do debate parlamentar com sanções quem não quer que mude nada e que ache que está tudo bem”, disse o dirigente bloquista.
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Fabian Figueiredo considerou “importante que em sede de grupo de trabalho se chegue a conclusões rápidas para dar um sinal claro que no parlamento plural há uma convergência em nome da dignidade, da diversidade e da democracia”.
O deputado bloquista dirigiu-se também aos cidadãos que “interpelam o Bloco de Esquerda” pedindo que este aja para defender a democracia, dizendo que “o que hoje se debateu foi criarmos mecanismos de defesa da democracia parlamentar, medidas dissuasoras do insulto, para situar o debate político onde ele deve estar”. Para isso, o Bloco de Esquerda defende que o código de conduta deve ser aprofundado e que “devemos aprender com os mecanismos que outros parlamentos usam”.