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Dario Fo (1926-2016)
Autor de “A Morte Acidental de um Anarquista”, “A Marijuana da Mamã é a Melhor”, “Casal Livre” ou “Não Devemos Pagar”, Dario Fo também foi ator e fez da sua atividade intelectual uma batalha constante e um apelo sistemático à rebelião contra os poderosos e os hipócritas.
Nunca se impôs barreiras e por isso considerava-se também pintor, cantor, compositor e encenador. Era frequente ouvi-lo dizer que tinha a perspetiva dos homens do Renascimento, ou seja, capazes de olhar o todo.
Dario Fo foi também ativista político de esquerda, um opositor declarado ao ex-primeiro Silvio Berlusconi, tendo sido candidato, em 2006, à Câmara de Milão.
Quando ganhou o Nobel da Literatura, alguns jornais italianos descreveram-no como um “profissional da provocação”
Desconcertante, o escritor afirmou estar “chocado” com a escolha do comité Nobel porque a literatura era só uma das disciplinas, cultivada enquanto dramaturgo, e sempre numa perspetiva de sátira.
“O riso subversivo e livre”
Dario Foi nasceu em Sangiano, uma pequena localidade no norte da Itália, mas defendia que a pátria de cada homem é o mundo inteiro.
“A lei é a liberdade. Temos apenas um único pensamento: a revolução”, dizia.
Em 1940, mudou-se para Milão para estudar arquitetura na Academia de Arte de Brera.
Perto do final da guerra, foi chamado para o exército mas conseguiu escapar e gastou os últimos meses da guerra escondido num sótão. Em 1945 regressa aos estudos, mas desistiu da arquitetura, passando a interessar-se pelo teatro, o que o levou a improvisar monólogos.
No twitter, Catarina Martins escreveu que Fo “criou um teatro novo e recuperou o que estava esquecido. O riso subversivo e livre”.
Morreu Dario Fo. O dramaturgo que criou um teatro novo e recuperou o que estava esquecido. O riso subversivo e livre. Viva pois Dario Fo.
— Catarina Martins (@catarina_mart) 13 de outubro de 2016
O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, lamentou a morte do escritor, considerando que a Itália "perdeu um dos grandes protagonistas do teatro, da cultura e da vida civil".
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