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CP: diretor demitido após alertar para perigos de se adiar manutenção

José Pontes Correia considerava que a segurança dos passageiros estava posta em causa com a entrada em vigor de uma alteração nos critérios de manutenção de algum material circulante. Pouco depois, foi exonerado do cargo de diretor.
Fotografia de Paulete Matos
Fotografia de Paulete Matos

A notícia foi avançada pelo Público esta segunda-feira. De acordo com o jornal, Pontes Correira, ex-diretor de material circulante da CP, não esteve de acordo com a decisão da empresa de prolongar o ciclo de manutenção dos rodados das Unidades Triplas Elétricas em mais 300 mil quilómetros.

Estas automotoras, que devem passar por trabalhos de manutenção a cada 1,7 milhões de quilómetros, de forma a serem avaliadas e possivelmente substituídas, são usadas para ligar Lisboa a Tomar, para providenciar os serviços regionais em várias zonas do país, para ligar a Figueira da Foz a Coimbra e para substituir alguns Intercidades com destino a Évora. Assim sendo, são um núcleo importante da frota da CP.

Apesar da referida necessidade de manutenção, a CP optou por aumentar o prazo de circulação das automotoras, de forma a evitar que a frota parasse durante alguns meses, já que recolhê-las às oficinas iria levar a várias supressões de comboios no inverno.

José Pontes Correia opôs-se a esta decisão, tendo criticado os critérios da inspeção dos rodados das composições. Pouco depois disto, no início de dezembro, foi exonerado. De acordo com o Público, a empresa acusa-o de não ter “condições objetivas para o exercício da função”.

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