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Convite de Faculdade de Medicina de Lisboa a ministro da Saúde brasileiro gera indignação

Coletivo Andorinha - Frente Democrática Brasileira convoca uma concentração para as 11h do dia 26 de outubro na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa para repudiar a realização de uma conferência com Marcelo Queiroga sobre “As ações do Brasil no enfrentamento da Covid-19”.

Na passada sexta-feira, o Coletivo Andorinha - Frente Democrática Brasileira em Lisboa, pediu esclarecimentos ao diretor Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) sobre a veracidade das notícias relativas ao convite para o atual Ministro da Saúde do Brasil, Marcelo Queiroga, realizar uma conferência sobre “As ações do Brasil no enfrentamento da Covid-19” naquele estabelecimento de ensino.

“A notícia, veiculada um dia após a divulgação do relatório final da CPI da Pandemia pelo Senado brasileiro, causou estarrecimento especialmente por Queiroga constar no documento entre os indiciados por epidemia culposa com resultado de morte e por prevaricação”, avançou o coletivo na sua página de Facebook.

Na missiva enviada a Fausto Pinto, o Coletivo Andorinha - Frente Democrática Brasileira em Lisboa, afirmou-se preocupado, “para não dizer indignado”, que, um dia após o lançamento do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Brasileiro, “haja a divulgação desta visita e de conferência na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa”.

Os ativistas lembram que “o relatório da CPI do Senado imputa a diversas autoridades que ocupam funções no Governo Federal do Brasil, a particulares e a empresas o crime de responsabilidade pelas mais de 600 mil mortes no país”. E que, “entre os indiciados, estão incluídos o Presidente da República e alguns dos últimos Ministros da Saúde, incluindo Marcelo Queiroga”.

Acresce que o Ministério da Saúde brasileiro “apresenta escabrosos casos de corrupção em processos de compra de vacinas; que o Governo Federal apresenta insensibilidade e negligência ao cuidar do povo brasileiro durante essa pandemia; que diversas autoridades não respeitaram o distanciamento social necessário para evitar o contágio, incluindo o atual Ministro da Saúde; que a gestão foi completamente desastrosa, tanto que o país, famoso pela eficiência em programas de vacinação, tem apenas 50% de sua população vacinada, enquanto Portugal se aproxima dos 90%; que o Ministério da Saúde aceitou as experiências ditas científicas feitas por diversos planos de saúde em seus pacientes, sem conhecimento desses e de seus familiares, levando muitos à morte”, lê-se na carta.

O Coletivo Andorinha - Frente Democrática Brasileira em Lisboa pergunta ao diretor Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa o que Marcelo Queiroga tem a comunicar à comunidade médica portuguesa sobre enfrentamento da pandemia de COVID-19.

Sem ter obtido qualquer resposta, os ativistas souberam pelas notícias de jornais que a FMUL respondeu que “foi um convite a um médico cardiologista, Ministro da Saúde de um país amigo”.

O coletivo realça que “o descompromisso histórico e anti-democrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa é triste e chocante” e convoca uma concentração para as 11h do dia 26 de outubro na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. O protesto servirá para demonstrar “o desacordo com a presença do Ministro que mais é da Morte que da Saúde e que representa toda uma ideologia de um governo autoritário, ultraliberal e genocida”. O coletivo Maria Felipa também se associou a esta convocatória.

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