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Contratos precários subiram 52% entre 2010 e 2017

O crescimento no emprego verificado nos últimos anos não travou o impacto das alterações feitas às leis laborais para promover a precariedade. No fim de 2017, o número de contratos permanentes no setor privado era inferior ao registado em 2010.
Foto de Paulete Matos.

Os dados agora revelados pela Segurança Social sobre o emprego no final de 2017 dão conta do aumento da precariedade do trabalho em Portugal ao longo desta década, em resultado das mexidas nas leis laborais para facilitar os despedimentos e precarizar as relações de trabalho. O peso dos contratos sem termo no total do emprego por conta de outrém caiu dez pontos percentuais desde 2010, de 75% para 65%, refere a edição desta quinta-feira do Jornal de Negócios.

No mesmo período, entre 2010 e 2017, os contratos a termo certo e incerto subiram 45% e 87%, respetivamente, perfazendo um total de quase um milhão de trabalhadores com vínculos precários em Portugal, ultrapassando assim um terço do total da mão de obra no setor privado.

No que diz respeito aos contratos relacionados com o trabalho temporário, que no final de 2017 totalizavam 94 mil, registou-se um aumento de 13.7% entre 2016 e 2017, um número bem acima dos 4.8% de aumento no emprego por conta de outrém e que supera também o dos restantes contratos precários, a termo certo e incerto, que foi de 10.1%.

No capítulo das remunerações médias, a grande novidade é que as mulheres trabalhadoras no setor privado superaram pela primeira vez a barreira dos mil euros brutos. Porém, este valor inclui prémios, horas extraordinárias e subsídios, já que a média da remuneração base continua bem aquém daquele valor, ficando-se pelos 861 euros.

Os números confirmam que a desigualdade salarial entre homens e mulheres ainda é prática comum nas empresas em Portugal, com as mulheres a ganharem 81.7% do salário dos homens em 2017.

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