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Confederação Sindical Internacional junta-se à semana global de mobilização pelo clima

Entre 20 e 27 de setembro decorre a semana global de mobilização pelo clima que culminará com uma greve climática estudantil a nível mundial. A maior confederação sindical internacional, a CSI, decidiu juntar-se aos protestos.
Foto de planet a. Flickr.

Representando cerca de 200 milhões de trabalhadores, a Confederação Sindical Internacional reclama ser a maior organização sindical do mundo. Em comunicado revelou a sua adesão à semana global de mobilização pelo clima que decorrerá entre os próximos dias 20 e 27 de setembro.

A CSI apela aos trabalhadores para que saiam às ruas e se juntem aos protestos climáticos de forma a exigir um “empenhamento ambicioso dos governos” sobre estes temas na cimeira do clima das Nações Unidas que decorrerá no dia 23 de setembro.

Os vários sindicatos e centrais sindicais aderentes a esta estrutura deverão “determinar as ações apropriadas a tomar desde ações no local de trabalho até mobilizações comunitárias”. Em vários locais estão a trabalhar em conjunto com os movimentos estudantis e ambientais, afirma a estrutura.

Para esta organização sindical internacional, a semana global de mobilização “marca um momento crucial”. Dizem que “os sindicatos sabem que a única forma de alcançar uma transição global bem sucedida e duradoura para a sustentabilidade ambiental é construir consenso social assegurando que os trabalhadores fazem parte dos planos nacionais, locais e de cada indústria”.

Greve climática estudantil: parar para avançar

Em Portugal, a greve climática estudantil de 27 de setembro conta já com 25 convocatórias locais: Aveiro, Braga, Castro Verde, Chaves, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Guimarães, Lagos, Leiria, Lisboa, Lousada, Moimenta da Beira, Penafiel, Pombal, Portalegre, Portimão, Porto, Setúbal, Sines, Tavira, Vila Pouca de Aguiar, Vila Real e Viseu. Uma lista que continua a crescer.

Dizem os organizadores que vão parar para avançar “porque o nosso futuro, de todas as gerações hoje vivas – pais, filhas, netas e avós – está a ser-nos roubado à frente dos nossos olhos. Paramos porque somos as últimas gerações que podem resolver este problema, e portanto somos aquelas que têm o dever de fazê-lo.”

Alegam estar “em contra-relógio” e querem que se corte 50% nas emissões de gases com efeito de estufa até 2030, “a maior transformação que a Humanidade já empreendeu”. Nesse sentido, apresentam um conjunto de reivindicações urgentes específicas a nível nacional, nomeadamente: encerrar as centrais termoeléctricas de Sines e do Pego já na próxima legislatura e preparar o encerramento das centrais de ciclo combinado antes de 2030; acabar com as concessões petrolíferas e de gás ainda existentes em Portugal e revogar a legislação que permite o lançamento de novas concessões de petróleo e gás; proibir a importação de gás natural obtido por fracturação hidráulica e travar qualquer expansão do sistema de recepção, armazenamento e transporte de gás natural; cancelar quaisquer grandes projectos que acarretem um garantido aumento de emissões de gases com efeito de estufa, nomeadamente expansões portuárias e aeroportuárias; criar um sector público que lidere o processo de produção de energia, a partir de fontes renováveis, nomeadamente solar e eólica; implementar um verdadeiro plano de eficiência energética; electrificar o sistema de transportes nacional; expandir a rede de transportes públicos introduzindo a gratuitidade dos transportes públicos durante a próxima legislatura; criar um plano nacional florestal e agrícola que norteie as actividades no mundo rural de acordo com as condições de solos e água existentes nos locais, reduzindo a agricultura e pecuária intensivas.

Termos relacionados Greve climática estudantil, Sociedade
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