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Como se processa a reparação de DNA no corpo humano?

Estudo revela novas descobertas sobre o mecanismo usado para deteção e correção de erros na dupla hélice de DNA, fundamental para impedir que as células fiquem cancerígenas.
Ilustração representando trabalhadores do sistema de excisão de nucleótido a reparar o DNA e cobras, representando proteínas que se ligam ao DNA na região promotora, potencialmente impedindo a reparação. Imagem de Jackie Mostek.

Um estudo da Universidade Nova do Sul de Gales (UNSW), na Austrália, e publicado na Nature analisou mais de 20 milhões de mutações genéticas no DNA de células retiradas de 1161 tumores provocados por 4 tipos diferentes de cancros. Os investigadores descobriram que mutações em regiões do genoma conhecidas por “promotoras” são causadas por uma falha no sistema de reparação, que, em circunstâncias normais, é essencial para evitar que as células se tornem cancerígenas.

Os investigadores detetaram que em muitos tipos de cancros, especialmente em cancros da pele, o número de mutações era especialmente elevado em regiões muito importantes, chamadas regiões “promotoras”. As sequências de DNA dessas regiões determinam a forma como os genes são expressos, o que, por sua vez, determina o tipo de célula e a sua função.

A equipa mostrou então que o número de mutações no DNA é maior na região promotora porque as proteínas que se ligam ao DNA para controlar a expressão genética bloqueiam um dos sistemas de reparação responsáveis pelo “conserto” de DNA danificado. Este sistema, conhecido como sistema de excisão de nucleótidos (NER, a sigla em inglês) é um dos muitos mecanismos de reparação de células humanas e o único capaz de corrigir os danos causados pela incidência de luz ultra-violeta, daí a relação com cancros da pele.

Resumindo, o estudo forneceu novas informações sobre a capacidade do corpo humano de reparar danos no DNA, causados por quaisquer agentes mutagénicos, como a radiação ultra-violeta, ou o fumo do tabaco. Os investigadores esperam que o seu trabalho contribua para perceber porque razão alguns cancros se desenvolvem, permitindo um diagnóstico precoce e o desenvolvimento de terapias mais específicas.

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