Em declarações aos jornalistas esta quarta-feira, no Parlamento, o líder parlamentar do Bloco referiu-se ao voto de condenação das declarações e deliberações do Presidente norte-americano que será apresentado sexta-feira na Assembleia da República, tendo adiantado que “todas e todos nós, democratas e defensores de direitos humanos, dos direitos das mulheres (...), todos nós somos convocados para tomar posição sobre estas matérias”.
“Logo no início do seu mandato, [Donald Trump] pôs em causa questões fundamentais proibindo a entrada e refugiados nos Estados Unidos, admitindo a técnica de utilização de métodos de tortura e negando as alterações climáticas”, sublinhou o deputado, tendo ainda acrescentado que também ficou claro o seu “preconceito contra os imigrantes, particularmente os do sul” através da intenção de construir um muro.
Para o dirigente bloquista, “o respeito pela democracia americana é também o respeito por ela poder ser criticada nas suas escolhas".
Perante este quadro, Filipe Soares referiu o diálogo com deputados de outras bancadas parlamentares para que a Assembleia da República tome uma posição e anunciou que existem outros partidos que já deram indicação de ir apresentar votos próprios sobre o tema.
“O Parlamento português deve tomar uma posição forte de condenação”
“Nós acreditamos que todas as vozes são importantes e todas fazem falta para que nós sem quaisquer tibiezas e com a clareza necessária” possamos afirmar que a “cidadania só pode ter avanços e não quaisquer retrocessos”.
“Sabemos que há opiniões diferenciadas no que diz respeito à política externa e por isso fizemos um texto o mais simples possível, o mais factual possível e o mais direto possível”, disse o deputado, acrescentando que esta opção se destina a que o documento possa ser assumido por todos o que “fica demonstrado pela abrangência das assinaturas que já recolhemos”.
“Temos toda a abertura para que o Parlamento português tenha uma posição forte e é esse o nosso objetivo”, finalizou.
Refira-se que o texto dos bloquistas já foi assinado, por exemplo, pelos deputados Alexandre Quintanilha e Pedro Bacelar de Vasconcelos, do PS, por Paula Teixeira da Cruz, do PSD e também pelo deputado André Silva, do PAN.