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Chomsky apela ao fim da “tragédia da tortura e perseguição de Assange”

O intelectual norte-americano condena a imprensa mundial que aproveitou as revelações do Wikileaks e agora não surge em defesa do seu autor.
Noam Chomsky no programa "Democracy Now".

Em entrevista ao programa Democracy Now, editado por Amy Goodman, Noam Chomsky falou na semana passada da situação de Julian Assange, o fundador da Wikileaks que aguarda uma decisão da justiça britânica sobre uma possível extradição para os Estados Unidos.

“É uma situação realmente incrível”, diz o linguista que visitou Assange na embaixada do Equador em Londres. “Esses anos que passou na embaixada, que na verdade não é uma embaixada mas um apartamento, foram anos de tortura”, defende Chomsky, sublinhando que ao contrário do que acontece numa prisão, Assange nem podia estar ao ar livre.

“É basicamente tortura - o próprio relator especial da ONU lhe chamou tortura - ao longo de anos, tudo isso pelo crime de ter revelado ao povo americano e do mundo inteiro coisas que deviam saber e que tinham o direito de saber”, prosseguiu Chomsky.

Em seguida, apontou baterias à imprensa, sobretudo aos principais jornais “que aproveitaram as suas revelações para publicar uma boa parte desse material” e que agora “não surge em sua defesa, com raras exceções”.

Para Noam Chomsky, tal como acontece com a crise climática, são “as vozes da rua que podem acabar com esta tragédia da tortura e perseguição de Assange, como foi sempre, do movimento pelos direitos civis às iniciativas social-democratas dos anos 1930, das medidas do New Deal ao movimento antiguerra ou pelos direitos das mulheres”

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