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CGD: segundo dia de greve contra proposta “insultuosa” de aumentos

Num ano e meio, o banco público faturou 1.000 milhões de euros. Apesar disso, a administração só quer aumentar salários em 0,4%, um valor abaixo da inflação que significa perda do poder de compra para os trabalhadores.
Concentração de trabalhadores da CGD em frente à sede da empresa. Dezembro de 2021. Foto de RODRIGO ANTUNES/LUSA.
Concentração de trabalhadores da CGD em frente à sede da empresa. Dezembro de 2021. Foto de RODRIGO ANTUNES/LUSA.

Cumpre-se esta sexta-feira o segundo dia de greve dos trabalhadores da Caixa Geral de Depósito. O Sindicato de Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD convocou esta paralisação por considerar a "proposta de aumento salarial de cerca de 0,4% insultuosa e vergonhosa" e acusando a administração de "total sobranceria, intransigência e desrespeito para com os trabalhadores".

A direção sindical sublinha de 2020 até setembro deste ano, o grupo bancário teve resultados perto de 1.000 milhões de euros e entregou ao Estado um dividendo extra de 300 milhões de euros. Defendendo que tal foi conseguido através do "trabalho, empenho e dedicação de todos os trabalhadores", critica-se que isso tenha valido apenas uma “miserável recompensa” de menos de meio ponto percentual de proposta de aumento, o que fica abaixo da inflação prevista, perdendo assim os trabalhadores poder de compra.

As questões salariais não são as únicas a ser invocadas pelo STEC para recorrer a esta forma de luta. Também criticam "a contínua deterioração e degradação das condições de trabalho” e o

“facto grave e perigoso da CGD não cumprir com o horário de trabalho legalmente estabelecido”.

No primeiro dia greve, segundo a administração, tiveram de fechar “menos de 30 agências bancárias”. Joana Carvalho, dirigente do STEC, em declarações à Lusa, contrapôs que o protesto foi “um sucesso de norte a sul”. Não adiantando números de agências fechadas destacou também que “os balcões que estão a funcionar estão a funcionar de forma deficitária”.

Quinta-feira foi ainda dia de concentração em frente a sede da CGD onde marcou presença a secretária-geral da CGTP. Isabel Camarinha saudou a “grande adesão” à paralisação apesar de “uma grande pressão aos trabalhadores para que não fizessem greve”, que terá passado até por ameaças de que não iriam receber prémios porque o dia “seria contabilizado como falta”.

A dirigente sindical declarou igualmente que “os trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos estão mais uma vez a mostrar que não ficam de braços caídos face a uma proposta desrespeitosa por parte da administração em relação ao aumento salarial para 2022”.

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