Está aqui
Cerca de mil trabalhadores da Google contra negócios com agências de imigração dos EUA
Chamaram-se “Googlers for Human Rights”. São trabalhadores da Google que exigem da empresa em que trabalham um compromisso para com os direitos humanos. Escreveram um apelo para que a Google não trabalhe com a U.S. Custom and Border Protection, a Immigration and Customs Enforcement e o Office of Refugee Resettlement, as agências responsáveis pelo controlo fronteiriço e a detenção dos migrantes que tentam entrar no país.
A iniciativa ganhou peso e chegou às 906 assinaturas. E continua a somar.
Um dos motes da iniciativa foi o prazo de licitação para um contrato para computação em nuvem para a CBP. Este terminava a 1 de agosto e os trabalhadores opunham-se a que a empresa concorresse. Esta não confirmou se concorreu ou não.
Em março, também através de uma petição, os trabalhadores conseguiram fazer a Google sair do Projeto Maven, um projeto de inteligência artificial do Departamento de Defesa norte-americano que iria melhorar os mapas 3D dos drones militares. Três mil trabalhadores assinaram então uma petição contra este projeto.
Segundo os trabalhadores da Google estas agências estatais estão envolvidas num “sistema de abuso” e “negligência maligna”. Por isso, instam a Google a não lhes providenciar quais serviços técnicos até que estas “parem de se envolver em abusos dos direitos humanos”. Não querem “comercializar a sua integridade por um pouco de lucros e juntar-se a uma linhagem vergonhosa.”
Em causa estão, por exemplo, as condições de detenção dos migrantes e a separação das crianças migrantes dos seus pais.
O movimento dos trabalhadores da Google não é caso único. No final do mês passado, um grupo de trabalhadores de uma loja de mobiliário online, a Wayfair, denunciou o contrato da empresa em que trabalham com um dos centros de detenção mais polémicos no Texas. Para além de um abaixo-assinado, saíram às ruas numa mobilização inédita.
Adicionar novo comentário