Cem mil manifestam-se contra a austeridade na Bélgica

07 de outubro 2015 - 18:42

A manifestação foi convocado pelas centrais sindicais em protesto contra as medidas de austeridade do governo conservador belga, nomeadamente contra o aumento da idade da reforma e a subida do IVA. A marcha foi acompanhada por uma greve com grande adesão nos transportes e nas escolas.

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Manifestação contra a política de austeridade do governo da Bélgica, 7 de outubro de 2015 – Foto de Laurent Dubrule/Epa/Lusa

Nesta quarta-feira, cem mil pessoas marcharam na capital da Bélgica contra a política de austeridade do governo conservador de Charles Michel.

A frente comum sindical, que envolve as centrais FGTB, CSC e CGSLB, convocou esta manifestação para assinalar um ano de duração deste governo (tomou posse em 11 de outubro de 2014). O protesto tinha como lema principal “Para nós apenas migalhas” e criticava o aumento da desigualdade social e o agravamento do fosso entre ricos e pobres.

A CSC, por exemplo, salienta que este ano de governo Michel foi “muito lucrativo” para os ricos e as grandes empresas e foi um “ano negro” para a grande maioria da população, “trabalhadores, pensionistas, doentes, desempregados, mulheres e jovens”.

A manifestação contestava o aumento da idade da reforma para os 66 anos em 2025 e para os 67 em 2030. Os trabalhadores contestam também o aumento do IVA de 6% para 21% na eletricidade, assim como a intenção governamental de aumentar o imposto sobre o consumo no gasóleo, tabaco, álcool e bebidas gasosas.

Medidas alternativas à austeridade

A frente comum sindical apresentou um conjunto de medidas alternativas às do governo, em relação a emprego, poder de compra, pensões, fiscalidade e segurança social. Os sindicatos propuseram, nomeadamente, o “respeito pela indexação automática de salários e prestações sociais e pela liberdade de negociação”, “o restabelecimento da idade da reforma aos 65 anos” e uma “contribuição mais importante dos rendimentos do capital e dos rendimentos imobiliários em vez do aumento dos impostos sobre o consumo”.

A manifestação foi acompanhada por uma greve que afetou sobretudo os transportes públicos e as escolas, em todo o país.

Para sexta-feira, está convocada uma greve ferroviária.

O protesto foi ainda marcado por alguns incidentes entre grupos de manifestantes e a polícia no final da manifestação.