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Catástrofe ambiental na Somália: 43.000 mortes num ano por causa de seca

Nos primeiros seis meses deste ano devem morrer mais entre 18.000 a 34.000 pessoas. A Organização Mundial de Saúde diz que “o custo da nossa inação significará que crianças, mulheres e outras pessoas vulneráveis pagarão com as suas vidas”.
Deslocados internos na Somália por causa da seca. Foto de Nahom Tesfaye/UNICEF/Flickr.
Deslocados internos na Somália por causa da seca. Foto de Nahom Tesfaye/UNICEF/Flickr.

De acordo com um relatório encomendado pela Organização Mundial de Saúde e pela Unicef à London School of Hygiene and Tropical Medicine e ao Imperial College London, o ano passado morreram cerca de 43.000 pessoas na Somália por causa da seca. Metade das vítimas teriam menos de cinco anos de idade.

Uma situação longe de estar resolvida, pois estima-se que entre 18 mil a 34 mil pessoas deverão morrer nos primeiros seis meses de 2023. E um número que pode ainda ser mais aterrador uma vez que a seca também é vivida noutros países da região, como o Quénia e a Etiópia.

Às questões ambientais soma-se ainda a guerra com a presença de vários grupos armados, como os pertencentes à Al-Qaeda.

O documentorefere que metade da população, 7,9 milhões de pessoas, necessita de ajuda humanitária, há 3,5 milhões de deslocados internos e a situação é “exacerbada pelo clima extremo induzido pelas alterações climáticas, a instabilidade política, as tensões étnicas e a insegurança”.

Para o representante da OMS no país, Mamunur Rahman Malik, “estamos a correr contra o tempo para prevenir mortes”. Acrescentando que “o custo da nossa inação significará que crianças, mulheres e outras pessoas vulneráveis pagarão com as suas vidas”. A instituição considera que o que se passa é uma “crise sanitária bem como uma crise alimentar e climática”. A seca já dura há cinco estações de chuva consecutivas e é “a mais prolongada na memória recente”.

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