Está aqui
Catarina não esquece baixas pensões que penalizam sobretudo as mulheres
Catarina Martins visitou este domingo a Feira da Estela, no concelho da Póvoa de Varzim.
Questionada por jornalistas sobre as conversas com as pessoas, a coordenadora bloquista sublinhou que é importante ouvir as pessoas sobre o que pensam, tanto sobre o local, como sobre o nacional, aassinalando que “do ponto de vista local, ficámos a saber que os feirantes estão a ter de pagar as licenças quando noutros concelhos, para os ajudar por causa da pandemia, não estão a pagar”.
“Os pensionistas falam muito das suas baixas reformas e com tanta razão”, contou Catarina Martins, sublinhando que “as pensões em Portugal são ainda muito baixas”, pelo que “quem trabalhou toda uma vida acaba por ter um cálculo de pensão que é muito penalizador”.
E, explicou que, sobretudo as mulheres, “acabam por estar muito sujeitas às pensões mínimas, porque têm menos anos de contribuições, muitas vezes”, que “tiveram trabalho mais mal pago, com mais baixo salário, trabalho informal, sem direito a contratos, e depois essa desigualdade, que sofreram ao longo de toda a vida, vê-se no momento das pensões”. “As pensões têm de ser pensadas como uma forma de criar mais igualdade e não mais desigualdade”, apontou.
Catarina Martins lembrou que o Bloco fez um importante trabalho sobre as longas carreiras contributivas. “Esse trabalho permitiu a muita gente, que começou a trabalhar quando ainda era criança, ter uma reforma sem cortes, um pouco mais cedo”, salientou. E, apontou que “esse trabalho ficou a meio e há muita gente que hoje se sente injustiçada”. “É muito preciso continuar a trabalhar para dar justiça a quem trabalhou toda a vida”, frisou.
Questionada sobre a afirmação de António Costa de que para o PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) ter sucesso não se pode ter os municípios entregues a quem o combate, Catarina Martins afirmou: “na democracia é normal existirem diferenças, é normal também existir exigência de transparência sobre investimentos que sejam feitos e é normal que, em cada concelho, se debata o que tem sentido ou não tem sentido fazer”.
“Pela nossa parte, achamos que um PRR que prevê apenas 26.000 casas num país que tem 46.000 famílias que precisam uma casa urgente, é um plano de recuperação e resiliência que não está bem pensado”, salientou Catarina Martins, sublinhando que assim não se dá “prioridade a algo tão fundamental como as pessoas terem uma casa digna”. “Acho que essa é uma crítica que é normal que seja feita em democracia e estranho que o secretário-geral do PS não compreenda que assim seja”, acrescentou.
Questionada se o PRR não é bem aquilo que aparenta ser, a coordenadora bloquista disse que em 2017, quando se discutiu a lei de bases da habitação, “o compromisso do Governo foi que existiriam mais 170 mil casas com intervenção pública para que tivessem rendas com preço controlado até 2026”. “No entanto, no PRR e também até 2026, só estão previstas 26 mil casas”, criticou.
“E saber que o Governo tinha um compromisso sério de 170.000 casas e depois no PRR só inscreveu 26 mil, é o governo estar a rever em baixa o investimento que o país precisa”, censurou Catarina Martins, assinalando que “é estar a deixar 150 mil famílias, que nós já sabíamos que precisavam de uma casa com uma renda justa, sem nenhuma solução de habitação”.
“Isso é inaceitável e nós vamos criticar um PRR que não seja capaz de responder aos grandes problemas do país”, frisou, acrescentando que “este país já viu muitos milhões passarem sem que nenhum problema se resolvesse”.
Adicionar novo comentário