A cantora turca Helin Bolek morreu nesta sexta-feira após uma greve de fome de 288 dias, a notícia foi dada pelo Grup Yorum no twitter.
Helin Bölek começou o protesto juntamente com o companheiro de banda Ibrahim Gokcek, entrando em greve de fome para exigir o fim da censura à banda, o fim das perseguições policiais ao Centro Cultural Idil, usado pela banda em Istambul, e pela libertação de músicos presos.
Segundo a Lusa, os sete presos são acusados de terem ligações à organização Partido-Frente Revolucionária de Libertação do Povo (DHKP-C), acusada de ações armadas e considerada “terrorista” pelo regime turco de Erdogan.
O Grup Yorum existe há 35 anos, é formado por dezenas de músicos, destacando-se pelas suas canções de esquerda e anti-imperialistas. Desde 2019, já foram presos cerca de 30 membros do coletivo musical e a polícia já invadiu dez vezes o centro cultural onde ensaiam.
Milhares de pessoas apelaram ao governo da Turquia que acabe com a perseguição ao Grup Yorum.
No twitter, o grupo acusa: “Tudo o que Helin queria era cantar livremente as suas canções. O fascismo do AKP [o partido de Erdogan] é responsável pela sua morte”.
All Helin wanted to do was to sing her songs freely.
AKP fascism is responsible for her death. The demands were very simple to meet. pic.twitter.com/Nx4S9VEdiL
— Free Grup Yorum! (@freegrupyorum) April 3, 2020
GUE/NGL codena Governo turco
Em comunicado, o GUE/NGL (Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde) no Parlamento Europeu denunciou o Governo turco, responsabilizando-o pela morte de Helin Bolek.
O GUE/NGL diz também que o Governo da Turquia anunciou um plano para libertar até cem mil presos, substituindo a pena por liberdade condicional ou prisão domiciliária, e exige que esta medida seja aplicada de maneira não discriminatória, com base na saúde e não em critérios políticos. Apela ainda à libertação das pessoas detidas por expressarem opiniões críticas ou visões políticas dissidentes.