Cantora turca morre em greve de fome

04 de abril 2020 - 13:00

O protesto da cantora Helin Bolek, contra a perseguição à banda musical Grup Yorum e a detenção de sete dos seus membros e pelo direito a cantar livremente, durou 288 dias.

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Helin Bölek morreu na Turquia, após prolongada greve da fome
Helin Bölek morreu na Turquia, após prolongada greve da fome

A cantora turca Helin Bolek morreu nesta sexta-feira após uma greve de fome de 288 dias, a notícia foi dada pelo Grup Yorum no twitter.

Helin Bölek começou o protesto juntamente com o companheiro de banda Ibrahim Gokcek, entrando em greve de fome para exigir o fim da censura à banda, o fim das perseguições policiais ao Centro Cultural Idil, usado pela banda em Istambul, e pela libertação de músicos presos.

Segundo a Lusa, os sete presos são acusados de terem ligações à organização Partido-Frente Revolucionária de Libertação do Povo (DHKP-C), acusada de ações armadas e considerada “terrorista” pelo regime turco de Erdogan.

O Grup Yorum existe há 35 anos, é formado por dezenas de músicos, destacando-se pelas suas canções de esquerda e anti-imperialistas. Desde 2019, já foram presos cerca de 30 membros do coletivo musical e a polícia já invadiu dez vezes o centro cultural onde ensaiam.

Milhares de pessoas apelaram ao governo da Turquia que acabe com a perseguição ao Grup Yorum.

No twitter, o grupo acusa: “Tudo o que Helin queria era cantar livremente as suas canções. O fascismo do AKP [o partido de Erdogan] é responsável pela sua morte”.

GUE/NGL codena Governo turco

Em comunicado, o GUE/NGL (Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde) no Parlamento Europeu denunciou o Governo turco, responsabilizando-o pela morte de Helin Bolek.

O GUE/NGL diz também que o Governo da Turquia anunciou um plano para libertar até cem mil presos, substituindo a pena por liberdade condicional ou prisão domiciliária, e exige que esta medida seja aplicada de maneira não discriminatória, com base na saúde e não em critérios políticos. Apela ainda à libertação das pessoas detidas por expressarem opiniões críticas ou visões políticas dissidentes.