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Campanha "Uma princesa não fuma" é sexista e culpabilizadora da mulher

Bloco questiona Ministério da Saúde sobre a campanha de prevenção e controlo do tabagismo "Uma princesa não fuma", defendendo que a mesma “é desajustada, assentando numa imagem sexista das mulheres e meninas”.

Com o objetivo de travar o consumo de tabaco entre as mulheres, o Ministério da Saúde lançou no dia 30 de maio uma campanha designada "Uma princesa não fuma".

De acordo com os deputados bloquistas Moisés Ferreira, Jorge Falcato e Sandra Cunha, “aquilo que poderia ser uma boa iniciativa materializou-se numa campanha que confunde público-alvo com discriminação”. 

“Existem muitas mulheres, exercendo múltiplos papéis sociais. E existem mulheres fumadoras; umas são mães, outras não; umas pretendem ser mães, outras não. Ser mulher não se define pelo papel de ser mãe. Pensar uma campanha de prevenção do tabagismo centrada no papel da mulher mãe, que se deve sentir culpada pelo mau exemplo que está a passar à filha é sexista e culpabilizador da mulher”, escrevem os deputados na pergunta endereçada ao Ministério da Saúde.

De acordo com Moisés Ferreira, Jorge Falcato e Sandra Cunha, “também o papel das meninas filhas é tratado de uma forma estereotipada, uma vez que a menina é vista como uma princesa”.

“Não menos importante, esta campanha apresenta o tabagismo através de uma simplificação perigosa, quando refere ‘Deixe de fumar, opte por amar mais’, acrescentam, sublinhando que “deixar a adição ao tabaco, bem como qualquer outra adição, é extremamente difícil e complexo”, sendo que “apresentar uma dependência como um ato de vontade simples, associado a amor, é culpabilizador da pessoa fumadora e  simplificador do processo árduo e complexo que é deixar de fumar”.

O Bloco de Esquerda considera que “esta campanha é desajustada, assentando numa imagem sexista das mulheres e meninas”, defendendo que “é possível fazer uma campanha  dirigida a mulheres e meninas sem que seja sexista”.

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