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BPN: ex-donos mantêm negócios milionários
Em julho do ano passado, quando o Banco de Portugal multou José de Oliveira e Costa em 950 mil euros, o ex-presidente do Conselho de Administração do BPN alegou que está à beira da falência. O principal responsável pelo buraco do BPN está a ser julgado há mais de dois anos por burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento de capitais, junto com outros 15 arguidos. Ele é hoje um homem falido, destruído, que passou o seu património para a mulher, de quem se divorciou para salvar alguma coisa. Certo?
Errado. Segundo uma investigação da revista Visão desta semana, Oliveira e Costa é o segundo principal acionista da Galilei, a antiga Sociedade Lusa de Negócios, a SLN, que mudou de nome para se livrar da conotação negativa que tinha e está bem, muito obrigado.
A Galilei é agora presidida pelo advogado Fernando Lima, que já esteve à frente da Mota & Engil e da Abrantina, e que é Grão-Mestre da Maçonaria desde 2011, tendo sucedido ao socialista António Reis. E é uma empresa que, apesar de ter uma dívida milionária com a Parvalorem – a empresa estatal criada pelo Ministério das Finanças depois da nacionalização do BPN para gerir os ativos tóxicos do banco – está a fazer prósperos negócios em diversas áreas, principalmente empreendimentos imobiliários e saúde.
Dívida de 1.321 milhões
De acordo com o que apuraram os jornalistas Pedro Coelho e Luís Pinto, na famosa série de reportagens da SIC sobre o caso BPN, a Galilei tem uma dívida com a Parvalorem de 1.321.107.782,26 euros. Uma dívida que, se não for paga, irá aumentar o mais famoso buraco financeiro da história portuguesa. Mas a Parvalorem permitiu a reestruturação desta dívida “prorrogando significativamente prazos de reembolso que se encontravam ultrapassados, capitalizando juros vencidos” e oferecendo “períodos de carência para juros vicendos”, segundo se lê no Relatório e Contas da Galilei, citado pela Visão.
Ou seja: em vez de tentar recuperar uma parte do que foi roubado, o Estado, através da Parvalorem, fez uma reestruturação aparentemente muito benéfica para os acionistas da Galilei. Por que não confiscou as fortunas dos seus acionistas? Por que não expropriou ativos da Galilei?
A verdade é que entre os acionistas da Galilei estão boa parte das figuras da SLN. Oliveira e Costa, que era o presidente do Conselho de Administração, agora é o 2º maior acionista; Almiro Silva, que era membro do Conselho Superior da SLN, é o 3º maior acionista da Galilei, Joaquim Coimbra era também do Conselho Superior da SLN, e agora é o 8º maior acionista da Galilei. Na lista figuram também António Cavaco e Manuel Eugénio Neves dos Santos.
Negócios lucrativos
Mas que negócios tem a empresa? A Galilei Imobiliária prepara o lançamento de um condomínio de luxo em Alcântara, Lisboa, com projeto do arquiteto Souto Moura, 32 apartamentos construídos com materiais de luxo; construiu o Boavista Prime Office, no Porto, junto à Casa da Música, com 25 espaços para serviços e oito comerciais, que já foi totalmente vendido; também no Porto, outro condomínio de luxo com 12 apartamentos; e a joia da coroa, o Monte da Quinta Resort, a ser lançado no Algarve, Quinta do Lago, com 132 suites e 178 moradias.
A Galilei Saúde tem o British Hospital, a IMI – Imagens Médicas Integradas, a Microcular. A Galilei Capital, que detém uma fábrica de castanha em Bragança, uma empresa de software em Lisboa, a Datacomp, outra de cenografia virtual, a VANTeC, e dois hotéis. E a Galilei Internacional, com negócios de petróleo em Angola e construção no mesmo país – dois condomínios, um no Lobito e outro em Luanda, e uma fábrica de cimento.
O universo de negócios, para uma empresa que nasceu na holding falida SLN, é impressionante. Quanto ao BPN, foi o causador de um buraco de pelo menos 4 mil milhões e que pode chegar nos próximos anos a 7 mil milhões e será pago pelo dinheiro dos contribuintes. O BPN foi vendido por 30 milhões de euros.
Comentários
Com estes ladrões à solta,
Com estes ladrões à solta, que moral tem o Estado para levar a julgamento um/a "pobre diabo/a" que rouba um pão no supermercado?
Sinceramente, acho que qualquer "pilha galinhas" pode dizer, como na canção dos Xutos, "eu sou um homem honesto, só errei na profissão".
Diria que, ao lado destes bandidos engravatados, será um homem honestíssimo.
É o poder da maçonaria. Vai
É o poder da maçonaria. Vai da ortografia - uma superstição maçónica - que querem impor com o acordês até ao resto. Dominam o aparelho de estado, do cds ao ps.
A um infeliz desempregado,
A um infeliz desempregado, reestruturam a dívida da casa tirando-lha !
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