O candidato da extrema-direita às presidenciais no Brasil, Jair Bolsonaro, foi o vencedor da primeira volta das eleições, mas será obrigado a disputar a segunda volta com Fernando Haddad, que substituiu Lula da Silva como candidato do PT.
A vantagem de Bolsonaro sobre Haddad é maior do que indicaram todas as sondagens das últimas semanas. E o apoio ao ex-militar foi a receita para o sucesso de muitos candidatos nas eleições para os outros cargos que estiveram em disputa na eleição este domingo.
Com mais de 98% das urnas apuradas, os resultados confirmavam Bolsonaro à frente, com 46,3% dos votos válidos e cerca de 48.7 milhões de votos, com Haddad a obter 28,8% e cerca de 30.2 milhões de votos. Seguem-se Ciro Gomes (PDT, 12.5%), Geraldo Alckmin (PSDB, 4.8%), João Amoêdo (Partido Novo, 2.5%), Cabo Daciolo (Patriota, 1.26%), Henrique Meirelles (MDB, 1.21%) e Marina Silva (Rede, 1%), Alvaro Dias (Podemos, 0.81%) Guilherme Boulos (PSOL, 0.58%), Vera Lúcia (PSTU, 0.05%), Eymael (DC, 0.04%) e João Goulart Filho (PPL, 0.03%).
Candidatos pró-Bolsonaro foram recompensados nas urnas
A declaração de apoio a Jair Bolsonaro rendeu vitórias eleitorais importantes a vários candidatos aos cargos de governador e senador em alguns estados. Candidatos que as sondagens afastavam da corrida à eleição, como o antigo juiz Wilson Witzel ao governo do Rio, aparecem destacados no primeiro lugar das preferências dos eleitores, com mais de 42%.
Também a caminho da segunda volta para governador de Minas Gerais está Romeu Zema, candidato do Novo, que causou polémica por apelar ao voto no candidato presidencial do seu partido e também em Bolsonaro. Foi o candidato mais votado e afastou da segunda volta o atual governador Fernando Pimentel, do PT. Fora da corrida ao Senado ficou a ex-presidente Dilma Rousseff, do PT, que liderava as sondagens e acabou por ficar em quarto lugar neste estado.
Noutro dos maiores colégios eleitorais brasileiros, São Paulo, os dois candidatos apontados à segunda volta — João Doria (PSDB) e Paulo Skaf (MDB) — também não esconderam o seu apoio a Bolsonaro. Na reta final da contagem de votos, Skaf acabou ultrapassado pelo candidato do PSB, Marcio França. O candidato mais votado para senador foi Major Olímpio, do partido de Bolsonaro, numa eleição que deixou de fora o ex-senador Eduardo Suplicy, do PT. Para deputado federal, o candidato mais votado no estado de São Paulo foi Eduardo Bolsonaro.
Outros candidatos próximos de Bolsonaro não tiveram a mesma sorte. Foi o caso do senador pelo Espírito Santo, Magno Malta, que falhou a reeleição e acabou no terceiro lugar. Malta tinha recusado o convite para o lugar de vice da candidatura de Bolsonaro, mas foi dos primeiros a visitar o político no hospital, após o esfaqueamento que sofreu durante a campanha.
Com a maior parte das urnas já apuradas, esta eleição confirma também uma derrota do PT um pouco por todo o país, à exceção dos bastiões eleitorais dos estados do Nordeste, como o Ceará e Bahia, onde elegeu os governadores à primeira volta.
Notícia atualizada às 2h (hora portuguesa) com a contagem de 98% das urnas e a troca de posições na eleição para governador de São Paulo.