Bloco vai propor imposto sobre património de luxo, equivalente a cortes nos subsídios

05 de novembro 2011 - 20:28

O Bloco vai propor “um imposto sobre o património de luxo, que não paga qualquer contribuição em Portugal”, esse imposto é por si só suficiente para cobrir o corte nos subsídios e “tudo aquilo que querem tirar do bolso dos reformados”, anunciou Francisco Louçã no encerramento da Conferência Internacional “O euro e a crise da dívida”.

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Conferência Internacional decorreu neste sábado no Porto

O Bloco vai propor no debate do orçamento de Estado para 2012, um imposto sobre o património de luxo, que cobre o “corte nos subsídios”, “a desvalorização dos salários”, “a destruição das pensões”, declarou Francisco Louçã, na sessão de encerramento da Conferência Internacional “O euro e a crise da dívida”.

A Conferência, que teve transmissão directa em esquerda.net, decorreu ao longo deste sábado, concentrando-se em três objectivos: Conhecer mais profundamente a situação de Grécia, Irlanda e Portugal; analisar a situação de Espanha e Itália; debater respostas alternativas às nefastas polícias europeias de mais e mais austeridade. Na Conferência participaram diversos economistas e políticos de diferentes correntes e de vários países.

Na sessão de encerramento, Francisco Louçã afirmou ainda que “tudo o que os dirigentes da Europa fazem corre mal”, que “tudo o que fazem é para destruir a Europa”. O dirigente do Bloco realçou também que “o capitalismo de casino tem medo da democracia”, lembrando que a hipótese de um referendo grego, independentemente do seu valor, “provocou ondas de indignação e de fúria nos governantes europeus”.

Criticando duramente as políticas de austeridade e recordando que o Banco de Portugal já disse que em 2014 a dívida será significativamente maior do que actualmente, Francisco Louçã declarou: “Nós não trataremos a crise com paninhos quentes. Nós olhamos para a crise, para os seus responsáveis e nem sequer os trataremos como incompetentes. Tratá-los-emos como culpados”,

O coordenador da comissão política do Bloco recordou “todos aqueles que não pagaram os seus impostos têm uma dívida para com a pobreza em Portugal”, referindo-se à banca portuguesa, que “não pagou impostos que devia e que estavam na lei da ordem dos três mil milhões de euros”, bem como aos custos fiscais decorrentes do ‘offshore’ da Madeira, no valor de 14 mil milhões, e aos dividendos distribuídos por empresas como EDP, PT e Galp, de 12 mil milhões de euros.

“Em benefícios, em impostos não pagos e em dividendos que receberam pelo que não era seu, devem-nos 30 mil milhões de euros”, declarou Louçã, sublinhando “que tem que se ir buscar o que falta”.