Bloco questiona governo sobre “apagão no tempo de serviço dos enfermeiros”

15 de outubro 2019 - 18:01

Centenas de enfermeiros estão a ser chamados para devolverem aumentos salariais. O deputado Moisés Ferreira diz que o dinheiro lhes pertence a avisa o governo que não é assim que se motiva e fixa profissionais no SNS.

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hospital
Foto Paulete Matos

Várias administrações hospitalares estão a fazer uma interpretação errada do descongelamento e progressão das carreiras dos enfermeiros que pode afetar mais de 20 mil profissionais, afirmou uma fonte do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses ao Jornal de Noticias. Cerca de 200 enfermeiros foram já chamados a devolver os aumentos salariais resultantes da sua progressão na carreira em 2018.

O deputado bloquista Moisés Ferreira questionou o governo sobre esta “interpretação errada” que diz ter levado “a situações de injustiça e de iniquidade e, mais grave do que isso, levou à negação do direito de progressão de muitos destes profissionais”. Em causa está a leitura de várias instituições do SNS que a transição para a nova tabela salarial corresponde a uma progressão na carreira, o que seria impeditivo de nova progressão em 2018. “A verdade é que essa transição para uma nova tabela salarial não corresponde a nenhuma progressão de carreira, tanto que estes profissionais continuam na base da carreira”, sublinha Moisés Ferreira, que exige que o governo impeça esta medida “altamente penalizadora”.

Esta interpretação errada passou a ser assumida pela Administração Central do Sistema de Saúde, através de uma circular emitida em fevereiro e que agora começa a ser aplicada pelas unidades de saúde. Para o deputado do Bloco, isto “resultará numa injustiça enorme e numa desvalorização e desmotivação dos profissionais que é incompreensível”, ao verem negada a sua progressão e ainda por cima terem de pagar os cerca e 2.000 euros exigidos pelas respetivas administrações.

“Esta não é forma de tratar os profissionais do SNS. Impedir progressões de carreira e exigir devolução de dinheiro que é seu por direito não é forma de captar, fixar e motivar os profissionais que todos os dias fazem o SNS”, afirma Moisés Ferreira, concluindo que o governo nesta matéria “entra em conflito com a construção de um melhor SNS”.

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