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Bloco quer tarifa social automática nas Águas do Porto

“Numa cidade com 50 cortes diários de água por falta de pagamento, temos de repensar a forma de estruturar a questão da água para as pessoas que não têm rendimentos para fazer face ao preço praticado”, defendeu a deputada bloquista Maria Manuel Rola.
Fotografia de Águas do Porto EM.

O Bloco de Esquerda reuniu esta terça-feira com a administração das Águas do Porto (AdP), a propósito do corte de água feito em novembro “a mais de 40 famílias do bairro de Aldoar”.

 “Numa cidade com 50 cortes diários de água por falta de pagamento, temos de repensar a forma de estruturar a questão da água para as pessoas que não têm rendimentos para fazer face ao preço praticado”, defendeu a deputada Maria Manuel Rola, avançando que os bloquistas lançarão o debate na Assembleia Municipal do Porto.

Os deputados municipais vão “trazer à discussão a tarifa social da água”, tendo como base a proposta de que sejam as juntas de freguesia a fazer “o trabalho de proximidade”, uma vez que têm “um maior conhecimento de situações concretas”. “A Entidade Reguladora do setor da água já permite uma tarifa social não automatizada que AdP não tem, nem está a cogitar ter”.

Segundo Maria Manuel Rola, “no início de 2018” vai ser “transposta para o setor da água a lei relativa à tarifa social da energia automatizada”, mas a AdP “não tem perspetivas de implementação” da medida.

“Esta transposição da lei permite que cada município, assim querendo, aplique uma tarifa social automaticamente. Mas na AdP nem sequer existe uma perspetiva para a implementação desta tarifa automática, que podia já ter precavido muitas das situações de corte por falta de pagamento”, explicou.

A deputada indicou que a média de “50 cortes diários por falta de pagamento” feitos pela AdP “por toda a cidade” foram indicados pela administração da empresa na reunião desta manhã.

Quanto às famílias de Aldoar, a bloquista mostrou-se “preocupada” porque “a empresa não está disponível para analisar as questões concretas de pessoas que não tem mesmo possibilidade de pagar dívidas de quatro mil ou cinco mil euros”.

“Existem dívidas muito avultadas em que a própria prestação da dívida ultrapassa em muito a capacidade de pagamento das pessoas. Acrescentam-se a esses valores o restabelecimento da água e do valor a pagar mensalmente, portanto há um crescendo de valores que impede a estabilização da situação”, observou.

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