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Bloco quer fim da "condenação perpétua" de famílias endividadas
Durante a sessão de encerramento das Jornadas Parlamentares do Bloco de Esquerda, o líder parlamentar Luís Fazenda apresentou o projeto de lei do Bloco que visa criar “um processo excecional de regularização de dívidas às instituições de crédito no âmbito dos contratos de concessão de crédito à habitação própria e permanente” e cuja discussão foi agendada para a próxima sexta-feira, dia 16 de março.
“Todos sabem que existem milhares e milhares de casas neste momento em retoma de bancos, numa circunstância em que o mercado imobiliário não dá quaisquer condições para a resolução deste problema, e que isso tem vindo a agravar a circunstância de ingresso na pobreza de muitas famílias”, adiantou o dirigente bloquista.
De modo a dar resposta a esta problemática, o Bloco propõe que “para aqueles que tenham uma diminuição de rendimento superior a 50%, por razões atinentes à crise económica e social”, possa existir "uma moratória, total ou parcial, das prestações a reembolsar ao banco, por um período até 24 meses, após o qual os mutuários retomarão os normais pagamentos, sem que isso dê lugar a uma revisão das condições do contrato de crédito por parte das instituições financeiras".
Para Luís Fazenda, esta proposta terá a “inegável vantagem de não deixar desestruturar essas famílias, as suas vivências”, e também de “reduzir o excessivo número de imóveis para venda no mercado, a preço muito reduzido” situação que, “como é visível, nem sequer tem favorecido a atividade bancária”.
Por outro lado, o Bloco pretende que, “no caso de famílias que apresentem dificuldades no pagamento das suas prestações, e para as quais a moratória não constitua uma solução viável, ou em situação avançada de execução da sua hipoteca, o ato de entrega do imóvel ao banco dê lugar à completa extinção da dívida contraída”.
O que acontece atualmente é que “o valor do imóvel sofre uma desvalorização, sendo que o banco considera que a execução da hipoteca não garante o valor da dívida e exige o diferencial, acionando a penhora de outros bens ou de parte do salário”.
O Bloco quer acabar com esta “condenação à pena eterna de famílias que estão numa circunstância crítica, que são obrigadas a entregar a sua casa de família e que depois ainda ficam com a corda ao pescoço a pagar às instituições de crédito”, avançou Luís Fazenda.
O líder parlamentar do Bloco lembrou que “este regime já está em vigor por administração judicial no Estado espanhol, é o regime que vigora nos Estados Unidos da América e que vigora em outros países um pouco por todo o mundo”.
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Comentários
Aplaudo, aplaudo e aplaudo.
Aplaudo, aplaudo e aplaudo. Ando há mais de três anos a falar neste assunto. Com uma diferença substancial. O Estado. Ser ele o garante da moratória, revertendo a hipoteca a seu nome.
Apresentei esta ideia e nunca recebi argumentação válida nos contras que rebatesse os prós.
Uma familia endividada.
Sem habitação.
Familias destruidas.
Habitação do Estado!
O banco a rir, o mercado imobiliario completamente desregulado e o Estado a suportar uma habitação e rendimentos a uma familia que perdendo o que perdeu ainda tem de pagar dividas ao mesmo banco.
Depois de ter perdido a casa
Depois de ter perdido a casa a favor do banco tenho outro Processo onde o banco me pede mais de 49 mil euros e já me mandou penhorar a reforma na percentagem de 1/3. Ém números:
Preço da casa em 1995 na Maia.......8.500 contos...42.500 euros
Paguei durante 10 anos até 2005 a 250 euros/mês...........30.000 euros
Nestes 30.000 estão capital e juros.Agora o banco depois de ficar com o apartamento exige-me mais 49.000 euros.Qual é a lógica disto, quer dizer eu não consegui pagar 250 euros por mês, o banco demorou 7 anos para resolver o contrato e agorta estão a descontar-me 349 euros por mês e não tenho casa.Na Europa, que serve de ex. aos nossos governantes, como um bom exemplo e onde não se cometem actos como em Portugal já mudaram esta lei. Lá nessa Europa, agora o banco limita-se a ficar com a casa e não tem direito a mais nada. Claro que, enquanto os titulares dos empréstimos tiveram as casas na sua posse, foram pagando e o banco foi recebendo. E estes montantes ficam para o banco.
De facto acho que nem nos
De facto acho que nem nos EEUU tal situação se verifica, quando uma pessoa perde a casa volta a zero, como recomeçar a vida do zero; em vez do -1...
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