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Bloco quer EUA a assumir todos os danos provocados pelo uso da Base das Lajes

Numa visita à Ilha Terceira, nos Açores, Catarina Martins defendeu que “é preciso um projeto económico diferente para a região” e que “os governos nacional e regional têm de exigir indemnizações aos EUA, quantificando os custos da regeneração urbana das zonas que serão abandonadas e os danos ambientais, pedindo ao LNEC estudos sobre a contaminação de aquíferos e dos solos”.
A Coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu, esta terça-feira, que “está na hora de obrigar os EUA a pagar por todos os danos provocados pela utilização militar da Base das Lajes”.
A Coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu, esta terça-feira, que “está na hora de obrigar os EUA a pagar por todos os danos provocados pela utilização militar da Base das Lajes”. Foto de Paulete Matos.

A Coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu, esta terça-feira, que “está na hora de obrigar os Estados Unidos da América a pagar pelos danos ambientais provocados pela utilização militar da Base das Lajes, à semelhança do que foi feito noutros países, onde os EUA fecharam bases militares”.

Referindo que os EUA se preparam para sair das Lajes, Catarina Martins argumentou que isso “é uma boa notícia”, pois representa uma oportunidade para a elaboração de “um projeto económico diferente, que não esteja ligado aos crimes de guerra da NATO”.

“Um projeto económico diferente para o desenvolvimento da região é o que os governos nacional e regional devem promover”, defendeu, a par da quantificação dos custos da regeneração urbana das zonas que serão abandonadas pelos militares norte-americanos e dos danos ambientais, “pedindo-se ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] estudos sobre a contaminação de aquíferos e dos solos”.

O Governo da República não pode ficar “preso às promessas sempre quebradas dos congressistas norte-americanos”.


No final de uma visita à Ilha Terceira, nos Açores, que incluiu reuniões com a Câmara Municipal da Praia da Vitória, a Comissão de Trabalhadores da Base das Lajes e uma visita ao campus da Universidade dos Açores em Angra do Heroísmo, Catarina Martins sublinhou ainda que “os governos dos Açores e da República têm que ser mais claros quanto ao que pretendem para o futuro da Base das Lajes”, e considerou “um desperdício” as oportunidades de desenvolvimento económico abandonadas por causa da utilização militar do aeroporto das Lajes.

O Governo da República não pode ficar “preso às promessas sempre quebradas dos congressistas norte-americanos” que anunciam soluções só para agradar à sua base eleitoral, “é preciso é ter um projeto claro e uma posição negocial firme que nos permita exigir aos EUA que paguem aquilo que estragaram”. Neste sentido, o Bloco defende “a construção de um pólo de investigação científica, ligada à aeronáutica, algo que não seria incompatível com o uso civil da pista”, acrescentou.

Foi esta terça-feira noticiado que a proposta de orçamento do Departamento da Defesa norte-americano, que o Senado deve votar ainda este mês, solicita à Secretaria da Defesa a indicação do custo de transformar a Base das Lajes num campo para exercícios de guerra aéreos e subaquáticos. Contudo, o Pentágono já elaborou um relatório sobre a capacidade desta base acolher este centro militar, concluindo que não tem capacidades para tal.

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