Bloco preocupado com situação da CGD França

21 de maio 2016 - 15:58

A situação que se vive na CGD em França onde os trabalhadores estão em greve desde a passada terça-feira, levou o Bloco a dirigir um conjunto de perguntas ao governo com o intuito de saber o que este pretende fazer, nomeadamente sobre a “falta de condições de trabalho” e também sobre os alegados “vultosos riscos operacionais incorridos pela sucursal".

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No documento, os bloquistas começam por sublinhar que a Caixa Geral de Depósitos (CGD), através da sucursal de França, presta serviço à comunidade portuguesa residente naquele país, tendo também um papel importante no apoio à internacionalização das empresas portuguesas, acrescentando que em França, a mesma dispõe de 48 agências e emprega um total de mais de 500 trabalhadores.

“Segundo os sindicatos da CGD França que convocaram, para o dia 17, uma greve que vai hoje (ontem) para o seu quarto dia, tem-se vindo a assistir nos últimos anos a uma importante degradação salarial e das condições de trabalho na sucursal, com significativo impacto na saúde física e mental dos trabalhadores”, referem os bloquistas, que apontam ainda para a "perda de qualidade" no serviço prestado à comunidade portuguesa em França e questionam a “perenidade” da sucursal.

Fuga de clientes e aumento do crédito malparado

No documento, o Bloco realça que os os sindicatos e demais instâncias representativas dos trabalhadores, nomeadamente, a Comissão de Trabalhadores mostram a sua "preocupação" com o facto da direção da sucursal ser assegurada, desde há quatro anos, por pessoas que anteriormente prestaram serviço no Banco Caixa Geral em Espanha onde se assistiu ao "desastre que é do conhecimento público, com custos de centenas e centenas de milhões de euros para a banca pública e o país, dezenas de agências fechadas e a destruição de perto de meio milhar de postos de trabalho".

E acrescentam que os sindicatos e demais orgãos representativos do pessoal têm alertado para a fuga de centenas de clientes por mês, um número de demissões de pessoal sem precedentes nas quatro décadas de vida da instituição em França e também a progressão vertiginosa do crédito malparado nos últimos três anos.

Na sequência desta situação, o requerimento daquele partido, pretende saber se o governo está a acompanhar com "atenção" a gestão da sucursal da CGD em França, sobretudo a evolução, qualificada de "alarmante" do "crédito malparado" na sucursal nos últimos três anos e ainda se o executivo tem alguma informação sobre "a falta de condições" em grande parte das agências especialmente no que respeita ao nível de atendimento de clientes, e da possível recorrência "abusiva e sistemática" a horas extraordinárias, "não pagas" o que pode configurar um caminho com o objetivo de "diminuir" o número de postos de trabalho.

Ação de protesto

[caption align="right"]Trabalhadores da CGD França em ação de protesto em frente ao Salão Imobiliário.[/caption]

Esta sexta-feira, no quarto dia de greve, houve uma ação no Salão do Imobiliário português em França, onde entraram dezenas de grevistas em pequenos grupos que exibiram em silêncio cartazes durante o discurso do ministro do Turismo e  depois ao sairem atravessaram silenciosamente todo o salão com os cartazes no ar.

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