Lisboa

Bloco pede explicações a Moedas sobre encontro europeu da extrema-direita

14 de fevereiro 2025 - 21:24

Uma rede de movimentos de extrema-direita e fascistas anunciou um encontro numa biblioteca municipal de Lisboa. O Bloco defende que é “inaceitável” que a Câmara de Lisboa ceda equipamentos municipais para encontro de movimentos "expressamente proibidos na Constituição da República Portuguesa”.

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Encontro da Patriots Network
Encontro da Patriots Network. Foto do X.

A rede de extrema-direita “Patriots Network” anunciou a realização de um encontro europeu na Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro no próximo dia 15 de fevereiro. A vereadora do Bloco na Câmara Municipal de Lisboa, Beatriz Gomes Dias, reagiu esta sexta-feira enviando um requerimento urgente ao presidente da autarquia, Carlos Moedas, no qual pretende esclarecimentos sobre “como foi autorizado um encontro de movimentos de extrema-direita e fascistas para uma biblioteca municipal de Lisboa”.

De acordo com a estrutura local do partido, “esta organização é uma rede internacional de partidos e movimentos de extrema-direita”, recordando-se que “em janeiro houve um encontro semelhante em Bruxelas, com Alias-Blanes que ganhou notoriedade por fazer a saudação nazi, que teve de mudar

de local”. A referência é ao líder deste movimento, Enzo Alias-Blanes, ex-dirigente da juventude da União Nacional francesa, o partido de Marine Le Pen. Em 2022, tornaram-se conhecidos vídeos dele a fazer a saudação nazi.

O Bloco lembra ainda que em novembro passado a Assembleia Municipal de Lisboa acolheu reunião de extrema-direita “que contou com grupos assumidamente racistas e neonazis europeus” e que, na altura a Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa “disse que tinha sido enganada por alguém do partido Chega e lamentou o sucedido”.

O comunicado emitido pelo Gabinete da Vereadora diz ainda que é “inaceitável que a Câmara Municipal de Lisboa ceda equipamentos municipais para um encontro de movimentos de extrema-direita e fascistas, expressamente proibidos na Constituição da República Portuguesa”.

Do presidente da autarquia pretende-se saber concretamente se teve conhecimento da situação e se autorizou o encontro de movimentos de extrema-direita e fascistas numa biblioteca municipal de Lisboa.