Bloco opõe-se a “saudosismo salazarista”

17 de março 2012 - 13:21

Núcleo de Santa Comba Dão do Bloco considera que a intenção do presidente da autarquia do PSD de criar uma “marca Salazar” para promover o concelho é reveladora de um “saudosismo salazarista” inaceitável.

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O presidente da Câmara de Santa Comba Dão decidiu inaugurar o Largo Dr Salazar no dia 25 de abril.

Segundo afirma a estrutura local do Bloco de Esquerda em comunicado, “não é com a promoção do saudosismo salazarista que o atual executivo conseguirá desenvolvimento para o concelho, ao invés, voltará a colocar Santa Comba Dão nas ‘bocas do mundo’ pelos seus piores motivos, criando assim ondas de indignação, que nada de bom trazem para o concelho ao mesmo tempo que transmitem uma falsa imagem da sua população”.

Recusar o propósito do munícipe social democrata não é, para o Bloco, “nenhum juízo de valor, é demonstrar respeito pela memória de quem sofreu na pele as consequências de 48 anos de fascismo em Portugal, e compreender as consequências negativas que Salazar teve no País”.

No documento, o Núcleo de Santa Comba Dão do Bloco lembra que a tentativa, por parte do executivo de João Lourenço, presidente da Câmara Municipal de Santa Comba Dão, de utilizar o nome de Salazar para promover o concelho não é inédita.

“Primeiro era o Centro de Estudos do Estado Novo, não conseguiram explicar o projeto, depois já era o Museu, mas nada de relevante tinham para lá colocar, mais adiante já era a casa museu, mas só tinham para lá colocar a cama, a cadeira e o restaurador olex”, sublinha o Bloco, adiantando que ainda que afirmassem que todos estes “eram projetos com garantias de cientificidade e, assegurados por historiadores de renome, no entanto estes desapareceram e manifestaram posteriormente fortes reservas relativamente aos projetos referidos, dado o desnorte manifestado”.

Além destas iniciativas, João Lourenço ter-se-á ainda lembrado de “fazer a inauguração de um largo com o nome do ditador, com o alusivo porco no espeto, e para que o tiro fosse mais certeiro, exatamente no dia 25 de Abril”.

O Bloco considera que as “memórias de um criminoso, promovidas de uma forma totalmente acrítica e sem garantias de cientificidade, só podem degenerar num branqueamento efetivo da história”.

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