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Bloco insiste numa auditoria e no fim de transferências para o Novo Banco

Catarina Martins defendeu que o governo deve travar as transferências para o fundo de resolução do Novo Banco. Na reentré em Almada, a coordenadora do Bloco aproveitou ainda para criticar a cumplicidade entre a política e os negócios, entre eles o futebol profissional.
Bloco insiste numa auditoria e no fim de transferências para o Novo Banco
Fotografia de José Sena Goulão/Lusa.

Numa “reentré” comício organizado esta tarde em Almada, distrito de Setúbal, a coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu que o Governo deverá travar as transferências para o fundo de resolução do Novo Banco e realizar uma auditoria, de forma a denunciar o contrato com a Lone Star.

“Não chega dizer que não queremos mais um tostão para o Novo Banco. Temos de ir mais longe. Temos de saber o que aconteceu e temos de denunciar o contrato que o Estado português fez com a Lone Star e que serve para este assalto permanente aos cofres públicos”, defendeu Catarina Martins.

É por isso urgente, defendeu a coordenadora e deputada, que o poder político se liberte “do sistema financeiro” e mude as prioridades de investimento.

“Que tenhamos a coragem de usar bem os recursos públicos na resposta ao nosso povo nesta crise e travemos a sangria de recursos para o Novo Banco e para o sistema financeiro”, desafiou.

No seu discurso, Catarina Martins aproveitou também a afirmação da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de que “nada será como antes” da pandemia de covid-19 para pedir que se olhe para quem “esteve sempre na linha frente” com salários precários e sem direito a um contrato de trabalho.

“Este é o momento de fazer escolhas, pois nada poderá ficar como antes”, atestou.

Esta ideia fora defendida também numa entrevista publicada na edição de hoje do jornal Expresso, onde o Bloco de Esquerda faz depender a viabilização do Orçamento do Estado do fim das transferências para o Novo Banco e da realização de uma auditoria feita por instituições públicas.

Para o partido, é “uma irresponsabilidade” o Orçamento para 2021 prever continuar a fazer transferências para o Novo Banco, por entender que a gestão do banco "está a lesar o interesse público em milhões e milhões de euros”, citou a Lusa.

Catarina Martins aproveitou ainda para comentar a notícia de que António Costa integrará a comissão de honra da recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica. 

“Saber hoje que o primeiro-ministro acha normal fazer parte de uma comissão de honra de alguém que é dos maiores devedores do Novo Banco e que está implicado no problema do BES (Banco Espírito Santo) não fica bem”, criticou, acrescentando que “nada pode ser como antes e a cumplicidade entre a política e os negócios não pode ser aceite neste país”.

Termos relacionados Orçamento do Estado 2021, Política
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