O Bloco de Esquerda e o Livre reuniram esta quinta-feira na sequência do pedido de reuniões feitas por este partido após as eleições europeias aos restantes partidos parlamentares da esquerda e ecologistas.
No final do encontro, Mariana Mortágua sublinhou que este é um diálogo “que se mantém” desde a primeira reunião após as legislativas para discutir “formas de combater a viragem à direita”. E sublinhou que é importante “dar sinais de diálogo e de uma possibilidade de convergência” nas próximas batalhas políticas, em que se incluem as eleições autárquicas do próximo ano.
A este respeito, a coordenadora do Bloco afirmou que as autárquicas “fazem parte do debate que temos com o Livre” e lembrou que o Bloco “abriu um processo interno que inclui este diálogo e possibilidade de convergência”. Essa convergência “depende de cada circunstância e depende sobretudo de programas, mais do que protagonistas”, sublinhou, destacando o caso de Lisboa, onde “há uma reflexão mais adiantada a este respeito”, não só pela urgência de pôr fim à gestão de Carlos Moedas e mudar o rumo das políticas de “mobilidade, habitação, acolhimento de pessoas migrantes ou respostas às pessoas sem-abrigo”, mas também porque já existe “uma experiência passada de convergência à esquerda que deu frutos e fez o seu caminho”.
“É um debate que tem de ser feito internamente e que vai aprofundar-se ao longo dos próximos meses. Não pode ser um discurso vazio, tem de corresponder a uma vontade e alternativa de programas e a uma solidez desse debate interno”, reformou.
Para a líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes, esta foi uma “reunião normal no âmbito das reuniões entre os partidos” e onde regista que “a vontade de convergência é a mesma para encontrar soluções”.
Pela parte do Livre, a vontade “é que haja uma boa convergência entre forças progressistas e ecologistas, que vá até além dos partidos políticos e envolvam a sociedade civil” na preparação e definição de uma “alternativa e projeto de futuro no plano local e nacional”.
Questionada pelos jornalistas com a recusa antecipada pelo secretário-geral do PCP a eventuais coligações para as autárquicas com a restante esquerda com representação parlamentar, Isabel Mendes Lopes remeteu respostas para o final da reunião que o Livre irá ter com aquele partido.