Solidariedade

Bloco critica “posição cobarde” do Governo perante a matança na Palestina

24 de junho 2024 - 16:13

Mariana Mortágua reuniu com o chefe da missão diplomática da Palestina em Lisboa e comparou a “cobardia” do atual Governo ao recusar-se a reconhecer o Estado da Palestina com a posição “que nos orgulhou” no passado, quando o país liderou a comunidade internacional em nome da independência de Timor-Leste.

PARTILHAR
Encontro do Bloco com o chefe da missão diplomática da Palestina
Favian Figueiredo, Mariana Mortágua e Nabil Abuznaid, o chefe da missão diplomática da Palestina. Foto Embaixada Palestina em Portugal/X

A coordenadora bloquista e o líder parlamentar Fabian Figueiredo reuniram esta segunda-feira com o chefe da missão diplomática da Palestina em Lisboa, Nabil Abuznaid, cujo mandato termina em setembro. No final do encontro, disse aos jornalistas que “a posição de que Portugal não pode tomar uma posição, não pode tomar uma voz autónoma e determinada na comunidade internacional porque tem de esperar por outros, é uma posição cobarde”.

“O que é que Portugal fez com Timor? Não foi Portugal que liderou a comunidade internacional em nome da independência do povo timorense? E não nos orgulhou enquanto país e enquanto povo termos liderado esse movimento pela independência de Timor?", questionou Mariana Mortágua, recusando o argumento de que o Governo esteja a assumir uma postura de moderação: "com toda a franqueza, Portugal não está a moderar absolutamente nada".

"A posição portuguesa não passa de uma posição cobarde, hipócrita, porque não tem coragem de reconhecer na comunidade internacional aquilo que tantos países já estão a reconhecer, que é que a Palestina tem direito à sua autodeterminação", prosseguiu a coordenadora do Bloco, considerando “insuportável a posição do governo português na comunidade internacional perante o genocídio, perante a matança, perante a ocupação de terras palestinianas, perante a posição de um secretário-geral da ONU que é português, António Guterres, que tem feito tudo pela paz, tudo para chamar a atenção para o genocídio, para apelar a este reconhecimento”.

“É insuportável que Portugal se esconda de forma cobarde na comunidade internacional e que não acompanhe sequer a iniciativa do Estado espanhol e de outros países, mais pequenos que Portugal até, e que tiveram a coragem de tomar este passo em frente", concluiu.

Por seu lado, o diplomata palestiniano disse esperar que o reconhecimento português aconteça ainda antes de terminar o mandato e acredita que essa é a vontade da população, dando o exemplo do polícia que fez a inspeção ao seu passaporte no aeroporto e lhe disse: “espero que o meu país reconheça a Palestina em breve".