Esta semana, o primeiro-ministro português afirmou que o ministro das Finanças terá uma palavra "decisiva" na reprogramação e reafectação estratégica dos fundos comunitários, embora o Ministério da Economia continue a ser responsável pela coordenação destas verbas.
Durante um almoço de aniversário dos 13 anos do Bloco de Esquerda, em Braga, que também contou com a presença do deputado Pedro Soares, Francisco Louçã defendeu que a disputa pelo controlo dos fundos comunitários entre os Ministérios da Economia e das Finanças é "muito reveladora da desagregação política de um Governo oito meses depois de ter sido formado".
Para o dirigente bloquista, é ainda mais revelador “o facto de o Ministério da Economia, onde tinham que estar políticas para o emprego, para a economia, para a sociedade, ir perdendo talhões dos seus poderes".
"Política de emprego, nem pensar. Resposta às pessoas, tirem daí a ideia. Rendimento máximo garantido para quem tem tudo fácil na economia, certamente. Subsídios, mordomias, apoios, prerrogativas, o que quiserem", sublinhou Louçã.
Talvez ainda sobre “um guichet para registar as falências das empresas e o aumento do desemprego e das dificuldades” no Ministério da Economia, realçou o deputado, adiantando que “ economia não há".
"Parcerias público-privadas já é outro que vai gerir, emprego jovem já é outro que vai tratar, este dossier e aquele, agora os fundos comunitários, alguém mais responsável tem que tomar conta do assunto. Para as pessoas, para os desempregados, nenhum apoio. Não há investimento, o país fechou as portas, está na falência, vive para a dívida, vive para pagar juros, trabalha-se para pagar juros, trabalha-se para a usura, para a ganância, para a finança, e por isso é que é preciso uma esquerda de confiança", rematou.