A comissão coordenadora concelhia do Porto do Bloco de Esquerda condenou esta sexta-feira a “atitude anti-democrática e atentatória da liberdade dos cidadãos” levada a cabo pelo Presidente da Assembleia Municipal do Porto ao expulsar uma cidadã durante a última sessão deste órgão.
Em comunicado aos órgãos de comunicação social, a comissão coordenadora concelhia do Porto lembrou que essa posição já foi expressa pela representante do Grupo Municipal do Bloco de Esqueda durante a própria sessão e carateriza a expulsão como “de extrema gravidade”, sobretudo porque a cidadã em questão fazia uma denúncia das “intimidações, ameaças e atos de violência” no contexto das manifestações pacíficas em defesa da Palestina.
“Não podia ter sido na Assembleia Municipal - órgão que zela pelo espaço de intervenção e fiscalização democrático do município - que esta situação de vulnerabilidade perante o que é descrito como uma escalada de agressividade culminaria numa intervenção policial para silenciar a sua expressão, exercida dentro dos limites da lei e do regimento”, considera o órgão concelhio do partido, que afirma que esta atitude envergonha a cidade e que o Presidente da Assembleia Municipal “demonstrou não estar à altura do cargo que ocupa”.
Porto
Cidadã que alertava para violência sionista no Porto expulsa da Assembleia Municipal
É ainda lembrado que as denúncias feitas pela cidadã expulsa reforçam a necessidade de medidas que sejam um sinal inequívoco de apoio à paz e de apelo ao cessar-fogo, num “genocídio em curso já condenado por várias instâncias internacionais”.
A comissão coordenadora concelhia do Porto defende que não permitirá “que o Porto se transforme num palco de tensões extremadas” e que o apoio e a proteção aos manifestantes são essenciais ao encontro desse propósito.