Está aqui

Bloco apresenta propostas com “impacto direto nos doentes oncológicos”

Alertando que a fragilização do SNS põe em causa a resposta à doença oncológica, Catarina Martins defendeu que “se o Governo não for capaz de apresentar um Orçamento que torne o SNS capaz de responder às pessoas, está a falhar ao país”.
Reunião com a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Foto esquerda.net

Catarina Martins reuniu esta quinta-feira com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, que já tinha alertado para o facto de perto de mil cancros poderem ter escapado ao diagnóstico desde o início da crise pandémica. Lembrando que durante três meses não existiu rastreio ao cancro da mama, e que o rastreio no que concerne aos cancros do colo do útero e colorretal os testes continuam praticamente parados, a LPCC assinalou que a paragem dos rastreios é uma das causas para a diminuição impactante do diagnóstico de novos cancros. A Liga referiu ainda a quebra na realização de exames de diagnóstico, como as colonoscopias, e antecipou impactos graves no futuro.

À margem do encontro, a coordenadora bloquista deu conta da preocupação do Bloco no que respeita à resposta do Serviço Nacional de Saúde a nível global, frisando que uma das áreas em que esta “fragilização do SNS” terá mais efeitos a médio e longo prazo é a resposta à doença oncológica.

Catarina Martins lembrou que esta quinta-feira e no dia 16 de outubro serão discutidas duas propostas do Bloco que “têm impacto direto nos doentes oncológicos”. Em causa está a recuperação da atividade do programa para os cuidados primários de saúde, “o que é fundamental, nomeadamente, no rastreio e diagnóstico do cancro”. Está ainda em cima da mesa a questão das juntas médicas. Recordando que existem doentes que estão a desesperar sem acesso a juntas médicas há mais de um ano, e que estas são essenciais à obtenção de apoios essenciais à sua vida, a dirigente do Bloco defendeu que, na senda do que foi proposto pela Provedora de Justiça, seja excluída a exigência de uma junta médica nos casos de incapacidade já declarados na própria lei.

Catarina Martins reforçou ainda o alerta do Bloco no sentido de que é imperativo reforçar o SNS, apontando que existem promessas por cumprir, e que já constam dos orçamentos aprovados, no que concerne à contratação de profissionais e que, mesmo avançando com essas contratações, estamos a colmatar as necessidades criadas pela saída de profissionais da saúde, e não a aumentar a capacidade do SNS.

Se o Governo não responder aos problemas das pessoas “está a falhar ao país”

Questionada pelos jornalistas sobre as negociações para o próximo Orçamento, Catarina Martins avançou que “o Governo tem apresentado enunciados gerais de eventual aproximação sem uma única concretização que responda aos problemas reais das pessoas neste país”.

“Se o Governo não for capaz de apresentar um Orçamento que responda pelo emprego, que responda a quem perdeu tudo, que torne o SNS capaz de responder às pessoas, que seja claro e transparente no uso de dinheiros públicos, é o Governo que está a falhar ao país”, defendeu.

“Muita concretização e menos jogo de palavras. Jogo político, chantagens, isso não interessa a ninguém”, continuou.

Catarina Martins lembrou ainda as prioridades do Bloco para o Orçamento: uma prestação social temporária para que ninguém fique abaixo do limiar de pobreza; o reforço real do Serviço Nacional de Saúde que permita responder não só à pandemia de covid-19, mas também às necessidades globais da população; e que os apoios às empresas tenham como condição a manutenção do emprego e dos salários.

Acresce que “não pode ir mais dinheiro para o Novo Banco” enquanto essas verbas forem necessárias em setores essenciais, vincou.

(...)