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Bloco aponta “fracasso da política do governo no combate ao desemprego"

Segundo o INE, a população desempregada no 3.º trimestre de 2010 era de 619 mil indivíduos, mais 9,9% do que no mesmo trimestre de 2009 e mais 1,6% do que no trimestre anterior. Bloco alerta para agravamento da situação tendo em conta o actual período de recessão.
Em 2010, a população desempregada aumentou 14% face a 2009, tendo abrangido 602,6 mil indivíduos. Foto de Paulete Matos.

Segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego estimada para o 4º trimestre de 2010 foi de 11,1%. Este valor representa um acréscimo de um ponto percentual face ao mesmo período do ano anterior e de 0,2 pontos percentuais em relação ao observado no 3.º trimestre de 2010.

A população desempregada foi estimada em 619 mil indivíduos, verificando-se um aumento de 9,9% face ao trimestre homólogo de 2009 e um acréscimo de 1,6% em relação ao trimestre anterior. Ao mesmo tempo, registou-se uma diminuição do número de empregados de 1,5% comparativamente ao 4.º trimestre de 2009 e de 0,3% relativamente ao trimestre anterior.

Em 2010, a taxa de desemprego atingiu, em média, 10,8%, tendo a população desempregada aumentado 14% face a 2009, abrangendo 602,6 mil indivíduos.

O aumento da população desempregada é justificado, essencialmente, pelo acréscimo do número de mulheres desempregadas, pelo aumento do desemprego entre os indivíduos com idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos e os indivíduos com mais de 45 anos, pelo incremento do número de desempregados à procura de novo emprego e do número de desempregados de longa duração.

Segundo os dados do INE, a formação académica não impede, por si só, a ausência de colocação no mercado de trabalho. O número de desempregados com um nível de escolaridade completo correspondente ao ensino secundário e até mesmo ao ensino superior conheceu um acréscimo significativo.

Bloco alerta para agravamento do desemprego

Em reacção às estatísticas divulgadas pelo INE, a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Aiveca afirmou que os "dados reflectem exactamente o contrário daquilo que o governo tem vindo a dizer, que o pior já passou”, e que esta “é uma situação que denota o fracasso das políticas do governo no combate ao desemprego”. Mariana Aiveca defende que é necessário “contrariar a ideia do governo” de que não se irá registar um agravamento da situação.

Governo desvaloriza aumento do desemprego

O secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional, Valter Lemos, desvalorizou a subida do número de desempregados, sublinhando que a taxa em 2010 "foi somente ligeiramente superior" à previsão do governo. Valter Lemos afirmou ainda que, ao contrário do que indicam todas as previsões, o governo não espera um agravamento da taxa de desemprego para 2011 e afastou o cenário de recessão económica para este ano, ao contrário do que foi assumido pelo próprio presidente do Banco de Portugal, Carlos Costa.

Os dados agora divulgados pelo INE contrariam anteriores declarações de Valter Lemos, que afirmou, no início de fevereiro, que "todos aqueles que previam que o desemprego ultrapassaria os 11% em 2010 falharam".

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