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BES: cinco anos depois nada avançou e pagámos milhares de milhões por este assalto

Na entrega da candidatura do Bloco ao Parlamento pelo distrito do Porto, Catarina Martins considerou “inaceitável” que, passados cinco anos da resolução do BES, se coloque dinheiro público num banco entregue a um fundo abutre. Sobre contratações na saúde defendeu a autonomia das entidades de saúde.
Foto de Paulete Matos

Na entrega da lista candidata pelo Bloco à Assembleia da República pelo distrito do Porto, esta segunda-feira, Catarina Martins pronunciou-se sobre o pedido de uma nova injeção financeira para o Novo Banco, cinco anos passados da resolução do BES.

A coordenadora bloquista começou por apresentar o balanço dos números envolvidos. Só no momento da resolução foram entregues quatro mil milhões de euros dos contribuintes. Depois, o Novo Banco foi entregue à Lone Star com uma garantia de quatro mil milhões de euros, da qual já foi utilizada metade. Agora, a Lone Star veio avisar que quer pelo menos mais 500 milhões para o próximo ano e “anunciou que quer vender o banco”.

Para Catarina Martins está assim a acontecer “o que o Bloco de Esquerda disse que aconteceria”. Ou seja, “estamos a colocar dinheiro público num banco privado que foi entregue a um fundo abutre que fará o máximo dinheiro no mínimo tempo possível deixando a fatura para os contribuintes portugueses”, o que é “uma situação inaceitável”.

A investigação ao que se passou no BES não avançou, o que torna “muito difícil” para o país compreender como cinco anos depois “já pagámos tantos milhares de milhões de euros por este autêntico assalto que foi feito através do BES”.

Para resolver a situação de fundo, seriam precisas “outras regras para a banca e outras regras para as resoluções”.

É preciso dedicação exclusiva ao Serviço Nacional de Saúde

A propósito das notícias de contratações no setor da saúde, Catarina Martins recordou que o Bloco tem “feito propostas para a contratação de profissionais de saúde das várias áreas”, salientando áreas deficitárias como a contratação de obstetras e de anestesistas.

Para além da abertura de concursos, a dirigente do Bloco insiste na necessidade de “uma política estruturada para termos profissionais de saúde no país”. Há médicos sem acesso à formação da especialidade, para além de concursos “abertos tardiamente” há outros que “ficam vazios, sem profissionais a concorrer”. Problemas causados por uma “política de numerus clausus que foi verdadeiramente atroz, que limitou a formação de médicos neste país” e pelo “pouco respeito pelas carreiras dos profissionais de saúde que fez com que em muitas áreas os profissionais de saúde decidissem ir para o privado ou para fora do país”.

A dirigente do Bloco acredita que “a lei de bases abre a porta a que este caminho seja feito” mas sabe que “é preciso concretizar a dedicação exclusiva ao serviço nacional de saúde” e defende que “os próprios hospitais, as próprias entidades de saúde devem ter autonomia para contratar os profissionais que faltam no seu quadro”.

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