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Avipronto declara unilateralmente caducidade de contrato coletivo

Apesar do preço da carne ter aumentado, diz o sindicato do setor, a empresa da Azambuja vai diminuir em dois terços o pagamento das horas extraordinárias. Os trabalhadores dizem que é injusto para quem esteve na linha da frente na altura do confinamento devido à pandemia.
Indústria de abate. Foto da CGTP.
Indústria de abate. Foto da CGTP.

Os trabalhadores da Avipronto estão revoltados com a decisão da administração da empresa de, “à revelia de qualquer decisão do Ministério do Trabalho”, estar a alegar a caducidade do contrato de trabalho. O Sintab, Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal, diz que se trata de uma manobra “com o único intuito de retirar direitos aos trabalhadores”, nomeadamente a redução “na ordem dos 75%” do valor do trabalho extraordinário.

O sindicato, que “representa a maioria dos trabalhadores” da empresa sediada na Azambuja e com ligações ao Grupo Lusiaves, “repudia esta posição da empresa”. Considera que, uma vez que “o preço da carne teve um aumento brutal desde o inicio da pandemia”, “nada justifica a redução do pagamento do trabalho extraordinário”.

Defendem ainda que, “em respeito a estes trabalhadores que estiveram na linha da frente durante a pandemia, a empresa deve voltar atrás na posição tomada”. Para o sindicato, “é importante que o publico em geral tenha conhecimento do aspeto humano que está por detrás dos produtos que consome, dos sacrifícios que estes trabalhadores enfrentaram depois de uma pandemia com mais de uma centena de casos positivos”.

Por tudo isto, os trabalhadores marcaram uma concentração de protesto para as 11 horas da próxima quarta-feira em frente ao Ministério do Trabalho, com a esperança de serem recebidos pela ministra da tutela.

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