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Audição urgente dos chefes de equipa demissionários do CHLC aprovada pelo Parlamento

O requerimento do Bloco que visa a audição urgente dos chefes de equipa demissionários do Centro Hospitalar Lisboa Central, assim como do seu Conselho de Administração, foi aprovado por unanimidade. Profissionais denunciaram que as Urgências do Hospital São José não têm níveis de segurança aceitáveis.

No requerimento aprovado por unanimidade na Comissão Parlamentar de Saúde, o deputado bloquista Moisés Ferreira lembra que se trata de “um hospital central, que presta dos cuidados mais diferenciados do país, com serviço de urgência polivalente, e para o qual são encaminhados doentes de vários outros hospitais, principalmente os casos mais complicados”, pelo que “as denúncias feitas pelos chefes de equipa demissionários são particularmente graves e devem ser escalpelizadas, nomeadamente pelo Parlamento”.

Na sua carta de demissão, os chefes de equipa demissionários do CHLC relatam uma situação de emergência no Hospital São José, onde “as atuais condições de assistência no Serviço de Urgência do Hospital de S. José ultrapassaram, em várias das suas vertentes, os limites mínimos de segurança aceitáveis para o tratamento dos doentes críticos que diariamente a ele recorrem”.

Estes profissionais apontam a falta de profissionais em medicina interna, cirurgia geral e noutras especialidades; referem que muitas vezes é o interno dos últimos anos o profissional mais diferenciado no momento; falam da falta de contratação de médicos mais jovens e da saída precoce de muitos especialistas. No documento assinalam ainda que o CHLC tem perdido idoneidades formativas e tem mostrado uma incapacidade de captação e fixação de médicos, havendo até concursos que ficam desertos.

O Bloco sublinha que, face ao nível de diferenciação das unidades que integram o CHLC, em particular, o São José, a perda de capacidades formativas, assim como a incapacidade para captar ou fixar médicos especialistas, “é particularmente grave”.

Ainda que a administração do CHLC já tenha reconhecido “o essencial das queixas”, os bloquistas consideram que reconhecer a situação não basta.

O Bloco pretende que a Administração preste declarações na Assembleia da República, “não só para reconhecer os problemas, mas para explicar as causas e, acima de tudo, o porquê de não se terem encontrado soluções”.

“O SNS é fundamental para os cidadãos e para o país. A não contratação, a incapacidade de captação e de fixação de profissionais, a perda de diferenciação e a perda de capacidade de formação são sintomas que devem merecer a maior preocupação e para os quais é preciso ter medidas e soluções”, defende Moisés Ferreira.

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