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Atentados das Ramblas: “queremos respostas!”
A Câmara Municipal de Barcelona assinalou os dois anos passados dos atentados de Las Ramblas e Cambrils através de uma cerimónia discreta que contou com um minuto de silêncio e com a oferta de flores. Ada Colau, a alcadesa, declarou que “Barcelona sofreu um ataque terrível há dois anos. Continuamos ao lado das vítimas, exigindo que o Estado e a Generalitat lhes dêem o apoio digno que merecem e que a investigação judicial termine em breve. Face àqueles que querem espalhar o ódio, mais do que nunca encontrar-nos-ão unidos”.
Por sua vez, Quim Torra, presidente da Generalitat da Catalunha, adotou outra ação simbólica: foi visitar o ex-conselheiro catalão do Interior, Joaquim Forn, preso pela sua ação no referendo pela independência do país e homenageou-o pelas suas ações durante os atentados.
Forn tem sido também um dos mais veementes críticos do silenciamento da investigação à ligação entre o CNI e os autores do ataque. Recentemente, declarou ao diário Ara que “o governo espanhol optou pelo obscurantismo”.
Recorde-se que PSOE, Ciudadanos e PP bloquearam as tentativas para que houvesse uma Comissão Parlamentar de Inquérito às relações entre o Centro Nacional de Inteligência, os serviços secretos espanhóis, e o mentor dos atentados de 2017, que terá sido seu informador até às vésperas do ataque. Um conjunto de reportagens no jornal Publico espanhol, publicadas em meados do mês passado, revelou documentos que mostram que Abdelbaki Es Satt, foi contratado em 2014 para ser informador em troca de não ser deportado, tendo-se tornado imã de Ripoll com ajuda do CNI e que os telemóveis dos atacantes estavam a ser escutados cinco dias antes dos atentados.
Os CDR, Comités de Defesa da República, juntam a sua voz à denúncia do silenciamento da investigação e exigem explicações. Por isso, fizeram uma “ação silenciosa não violenta” frente à Sagrada Família que teve um caráter mais abertamente contestatário do que as cerimónias oficiais acerca da inação das entidades oficiais face ao clima de suspeição que passou a envolver os atentados.
17A: PROU MENTIDES!
Per què no s'investiguen les relacions dels terroristes amb els poders de l'estat?
Per què els partits espanyols impedeixen les comissions d'investigació?
Per què s'han abandonat les víctimes?
EXIGIM EXPLICACIONS!#17ANoOblidem#17AVolemLaVeritat pic.twitter.com/HqIUYzOU0j
— CDR Catalunya (@CDRCatOficial) August 17, 2019
Este movimento saber “a verdade” e os cartazes, escritos em catalão, castelhano e inglês, perguntavam “o que se esconde por detrás”. Para além destas exigências, os manifestantes, vestidos de negro e com máscaras brancas com pontos de interrogação, questionavam-se “porque se abandonaram as vítimas”?
Também o ex-presidente da Generalitat junta a sua voz ao coro daqueles que querem ver o caso melhor esclarecido. Puigdemont quer que se esclareçam os “pontos obscuros” sobre estes atentados. Para ele, “investigar em sede parlamentar é uma exigência inultrapassável”. Por isso reclama que se passem a “dedicar os mesmos esforços que se destinam a tapar as provas de uma investigação jornalística a permitr que se abra uma comissão parlamentar na qual se fale sem segredos de Estado nem matéria reservada”.
Os partidos da esquerda catalã optaram por homenagens diferentes às vítimas. A CUP manifestou-se sob o lema “as vossas políticas, os nossos mortos. Paz, solidariedade, convivência na diversidade”, sublinhando o papel das guerras para os atentados, salientando os mais de 4346 milhões de euros em venda de armamento durante o ano de 2018 e recordando que “quem quer a paz, não compra a guerra.” Exigiu-se ainda “memória e justiça a todos os que pagam as consequências do belicismo.
17A | 2 anys després seguim al costat de les víctimes.
Seguim sense oblidar qui posa les guerres, i qui posa les morts #17A pic.twitter.com/AJicd1OTMm— CUP Països Catalans (@cupnacional) August 16, 2019
A ERC salientou a sua participação no minuto de silêncio. Oriol Junqueras, a partir da prisão, escreveu no Twitter: “dois anos do melhor e do pior das pessoas. Dois anos em que os vizinhos demonstraram sua solidariedade uns com os outros. Dois anos sem os que nos deixaram. Um abraço para suas famílias. É preciso reconstruir sem ódio”.
E a Juventude da Esquerda Republicana lembrou as equipas de emergência, a solidariedade cidadã que respondeu aos atentados, não deixando de denunciar "a monarquia e o Estado Espanhol" por traficar armas, impedir a Comissão de Inquérito e perseguir judicialmente aqueles que responderam aos atentados.
Per últim, no podem deixar de denunciar la monarquia i l'Estat espanyol:
Trafiquen amb armes
Impedeixen comissions d’investigació per saber la relació entre el CNI i l’Imam de Ripoll
Persegueixen judicialment els que van liderar i gestionar els atemptats pic.twitter.com/HMbPWf8YQp— Joventuts d’Esquerra Republicana (@JoventRepublica) August 17, 2019
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