Quarta-feira passada, a base militar de Camp Taji foi atacada através do lançamento de 18 rockets Katyusha. Dois soldados norte-americanos e um britânico foram mortos e houve 14 feridos. Apesar do ataque não ter sido reivindicado, os EUA culparam a milícia Kataib Hezbollah, um grupo pró-iraniano que faz parte da Mobilização Popular que, por sua vez, é um conjunto de forças paramilitares integradas oficialmente nas forças de segurança iraquianas.
Na madrugada de sexta-feira chegou a retaliação. Segundo o Departamento de Defesa dos EUA, o seu “ataque defensivo de precisão” visou cinco depósitos de armas pertencentes àquela milícia. Da ação resultaram seis vítimas mortais: três soldados, dois polícias e um civil.
Por sua vez, as forças iraquianas identificam os lugares atacados como bases militares iraquianas na província de Babil e um aeroporto em construção em Karbala, para além da própria sede da Mobilização Popular.
O porta-voz do ministério dos Assuntos Estrangeiros do Irão, Abbas Mousavi, reagiu afirmando “em vez destas ações perigosas e acusações infundadas, o senhor Trump deveria reconsiderar a presença e o comportamento das suas tropas na região.”
Da mesma forma crítica reagiu o próprio presidente do Iraque, Barham Salih, que acusa os EUA de “violações repetidas” da sua soberania, assim como uma agressão contra as suas forças armadas. Salih diz temer que a intervenção norte-americana torne o seu país num Estado falhado e redunde no regresso do grupo Estado Islâmico do Iraque e de Levante.
De acordo com o chefe de Estado iraquiano, “as violações repetidas a que o Estado está a ser sujeito correspondem a um enfraquecimento perigoso e deliberado das suas capacidades particularmente num tempo em que o Iraque enfrenta desafios sem precedentes nas frentes política, económica, financeira, de segurança e de saúde.”