Gaza

Ataque israelita mata seis funcionários da ONU

12 de setembro 2024 - 18:34

Mais um ataque sionista a uma escola matou pelo menos 18 pessoas. Guterres diz que se trata de uma “matança sem fim e sem sentido”.

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Escola da al-Jaouni depois de destruída pelos bombardeamentos israelitas. Foto de MOHAMMED SABER.
Escola da al-Jaouni depois de destruída pelos bombardeamentos israelitas. Foto de MOHAMMED SABER.

O exército israelita voltou a bombardear uma escola administrada pela agência da Organização das Nações Unidas para refugiados palestinianos, a UNRWA, em Gaza matando seis dos seus funcionários. Desde o início desta fase da invasão de Gaza as forças sionistas já assassinaram pelo menos 220 funcionários desta instituição.

A escola Al-Jaouni situa-se no campo de refugiados de Nuseirat e foi atacada pela quinta vez.

Do ataque resultou um total de 18 mortos de acordo com a agência de Defesa Civil de Gaza. As testemunhas no local dizem que houve “mulheres e crianças a explodirem em bocados”.

Numa reação, António Guterres, secretário-geral da ONU, declarou que “o que está a acontecer em Gaza é totalmente inaceitável”, sendo uma “matança sem fim e sem sentido”. O dirigente das Nações Unidas diz que “estas violações dramáticas do Direito Internacional humanitário precisam de acabar agora”.

Entretanto a Organização Mundial de Saúde anunciou que, esta quarta-feira, transferiu quase cem feridos de Gaza para os Emirados Árabes Unidos. Muitos eram crianças e trata-se da maior operação do género realizada no último ano.

Esta organização diz que cerca de 22.500 dos palestinianos feridos pelos bombardeamentos israelitas sofreram feridas cujas marcas ficaram para a vida, como por exemplo membros decepados, necessitando de serviços de reabilitação durante os próximos anos.

Tedros Ghebreyesus, o seu diretor-geral, pensa igualmente que “a carnificina em Gaza tem que parar”. Para ela, “nenhuma palavra pode refletir o verdadeiro horror e a perda de vidas em Gaza” com “hospitais, escolas e abrigos foram repetidamente bombardeados, resultando em mortes de civis e trabalhadores humanitários”. A OMS defende a criação de corredores médicos, contabilizando em “mais de 10 mil” os pacientes que aguardam transferência.

Uma outra agência da ONU, a do Comércio e Desenvolvimento, UNCTAD, lançou um relatório onde afirma que a economia de Gaza foi dizimada e a da Cisjordânia conheceu um “declínio alarmante” numa “escala impressionante”.

Segundo o documento, 96% das estruturas agrícolas de Gaza, como explorações agrícolas, pomares, sistemas de irrigação, máquinas e instalações de armazenamento, foram “dizimadas”, 82% de todos os negócios sofreram danos ou foram destruídos. Assim, “em meados de 2024, a economia de Gaza tinha encolhido para menos de um sexto do seu nível de 2022”.

Na Cisjordânia, 96% dos negócios sofreram perdas e mais de 42% foram obrigados a despedimentos. Daí que “a pobreza afeta quase toda a população de Gaza e cresce rapidamente na Cisjordânia”. Para além disso, a cobertura jornalística da situação ficará entretanto ainda mais ameaça já que o gabinete de imprensa do Governo de Israel anunciou que irá retirar todos os cartões de imprensa dos jornalistas da Al Jazeera no país justificando serem “uma ameaça para os soldados”. A cadeia televisiva estava já banida de operar a partir de Israel desde maio.