Está aqui
AR aprova projeto do Bloco para fim dos exames do 4º ano

O projeto do Bloco “responde a uma necessidade urgente e a um consenso generalizado na sociedade, mas ela não apaga a necessidade de rever exames noutros ciclos de ensino e, nomeadamente, os do sexto ano. Por isso, este é o começo e não o fim de uma discussão”, destacou Joana Mortágua durante a sua intervenção no plenário.
“E todos compreendem porque é que começámos por aqui”, avançou, lembrando que “o fim dos exames da quarta classe foi uma das primeiras reivindicações do 25 de abril, feita em nome de uma escola construtora de cidadãos e cidadãs”.
“Esse foi o futuro que a democracia trouxe à escola e que o ministro Nuno Crato decidiu interromper contra todas as recomendações e todos os exemplos internacionais”, lamentou a dirigente bloquista, tecendo largas criticas a uma prova que é “cega ao contexto socioeconómico das crianças, à comunidade, à sua realidade e cega às próprias crianças que pretende avaliar” e que parte do princípio da “desconfiança e desvalorização do trabalho dos professores”.
Na proposta aprovada esta sexta feira, os bloquista alegam que Portugal ficou isolado na Europa, como “um dos dois únicos países a considerar que uma criança de 9/10 anos deve ser avaliada com um exame final”.
No projeto é ainda sublinhado que nunca foi reconhecida à prova “qualquer validade científica, muito menos pedagógica, para avaliar as capacidades dos professores”.
A Assembleia da República aprovou ainda uma proposta do PCP sobre a mesma matéria, que contou igualmente com os votos contra do PSD e do CDS.
Comentários
A inteligência paira no ar
Espero não estar enganado, mas parece-me que a inteligência saiu finalmente do baú, que estava fechado a sete chaves. Que a inteligência, sabedoria e honestidade se espalhe por todo o país, e se acabe com o cheiro a mofo.
Eliminação dos exames nacionais do 4º ano
Parabens pela V/ iniciativa e pelo resultado obtido.
Aguardo com interesse V/ projeto para fim dos exames do 6º ano.
A educação e os alunos beneficiam com estas medidas.
Obrigada
Maria Adriana
Exame do 4º ano
Disse Joana Mortágua que o exame do 4ºano era 'uma prova que é “cega ao contexto socioeconómico das crianças, à comunidade, à sua realidade e cega às próprias crianças que pretende avaliar” e que parte do princípio da “desconfiança e desvalorização do trabalho dos professores”.
Será que as diferenças desse contexto conduzem a que 5x4 possa ser diferente de 20? Nunca percebi a relutância de uma certa esquerda - e eu sou de uma esquerda bastante radical - em aceitar as provas de avaliação do tipo exame. É evidente que a avaliação contínua é importante, mas a avaliação contínua, porque depende de professores individuais, não garante homogeneidade de critérios. Haverá professores mais exigentes e professores menos exigentes, por isso é necessário que haja uma forma de avaliação mais global, e que todos os alunos sejam avaliados segundo os mesmos critérios. Por outro lado a pressão associada a qualquer exame não tem de ser uma coisa má. Vivemos num ambiente competitivo, pelo que não faz mal os jovens aprenderem a lidar com situações competitivas. Acabar com os exames não beneficia ninguém, e muito menos os alunos, que serão obrigados a seguirem para níveis mais elevados de formação, com maiores exigências, sem estarem devidamente preparados. Este é um exemplo de medida que só se fundamenta na ideologia, esquecendo que as ideologias são sempre formas defeituosas de tradução das realidades. A seguir por este caminho o BE ficará condenado a nunca passar dos 10%, porque a vasta maioria dos portugueses, mesmo os de esquerda a sério, se não revêem nestas fantasias. Infelizmente não me parece que a maioria dos aderentes ao BE percebam do que estou a falar...
Não me parece
Não me parece que os exames façam do aluno um génio da classe em causa, nem se pretende que os alunos passem de ano por beneficência gratuita. Mas para quê massacrar esses alunos com o bicho papão aterrorizante dos temidos exames, que assustam só pelo nome. Como se o aluno tenha o dever de já ser um ás na matéria dada durante o ano letivo e mesmo dos anos anteriores! Quando se trata de apenas fazer uma avaliação, para dar continuidade aos consequentes anos de estudo até ao final de um ciclo, que seria o décimo segundo ano de escolaridade obrigatória. Findo este ciclo, aí sim, deve ser feito o exame, que será a partida para uma nova fase da vida de um estudante, a caminhada académica, ou o ponto final para os que assim o entendessem.
Adicionar novo comentário