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Aprovada exumação dos restos mortais de Franco

Caso a família do ditador não tome em quinze dias uma decisão sobre o local para onde os seus restos mortais serão transferidos, essa decisão ficará a cargo do governo espanhol.
Aprovada exumação dos restos mortais de Franco
Franco está sepultado ao lado de Primo de Rivera, fundador do partido fascista Falange.

O governo espanhol aprovou hoje um decreto de lei do Conselho de Ministros que dá início ao processo de exumação do antigo ditador Francisco Franco do mausoléu no Vale dos Caídos.

"Estamos a celebrar os 40 anos da Espanha democrática, de uma ordem constitucional estável e madura (…) e não é compatível com um monumento estatal em que a figura de Franco continua a ser glorificada", declarou Carmen Calvo, número dois do governo, numa conferência de imprensa.

Segundo Calvo, a exumação, que recebeu uma forte oposição da família de Franco, poderá ocorrer no final do ano, mas a data não será revelada para evitar manifestações.

Este decreto aprovado pelo Conselho de Ministros terá ainda de ir a votação no Congresso. Apesar de PSOE estar em minoria, poderá contar com o apoio do Podemos, dos separatistas catalães e nacionalistas bascos para a aprovação da medida. 

A vice-presidente do Governo disse que o Executivo escolherá o local para onde serão transportados os restos mortais de Franco se a família não se manifestar “a tempo e horas”, assegurando-lhe “uma sepultura digna”, noticiou a agência Lusa. Calvo explicou ainda que a família do ditador será ouvida e terá quinze dias, a partir de 31 de agosto, para decidir onde querem que os restos mortais sejam transferidos.

Segundo a Lusa, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, já havia assegurado no debate da sexta-feira passada no parlamento a sua “decisão firme” de transferir os restos mortais do ditador Francisco Franco do Vale dos Caídos num espaço de tempo “muito breve”.

O Vale dos Caídos, situado a 40 quilómetros de Madrid, é um complexo de edifícios de grande dimensão idealizado e erigido por Francisco Franco para homenagear os mortos da Guerra Civil espanhola, estando o túmulo do ditador, sempre florido, ao lado do fundador do partido fascista Falange, José António Primo de Rivera.

Em nome de uma suposta "reconciliação" nacional, Franco transferiu os restos mortais de 37 mil vítimas - nacionalistas e republicanos - da guerra civil, para o local que foi inaugurado em 1959 e que é visto como símbolo da exaltação da ditadura franquista.

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