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Apoio do Estado aos cuidadores é em média de 310 euros

Neste momento há 976 detentores do Estatuto de Cuidador Informal, a quem foi atribuído o apoio financeiro. Vice-presidente da Associação Nacional de Cuidadores Informais diz que este é um valor baixo, “porque há muitas famílias que estão a viver só de complementos".
Foto de sparkle glowplug/Flickr

O Jornal de Notícias revela esta sexta-feira, através de dados fornecidos pelo Ministério da Segurança Social, que o apoio médio dos detentores do Estatuto de Cuidador Informal (ECI) é de 310,30 euros por mês.

Em declarações ao mesmo jornal, Maria dos Anjos Catapirra, vice-presidente da Associação Nacional de Cuidadores Informais (ANCI) refere que "há famílias a receber 300 euros, mas há outras a receber 200 euros. É um valor baixo, porque há muitas famílias que estão a viver só de complementos".

Os dados revelam ainda que, neste momento, existem 976 detentores do Estatuto do Cuidador Informal (ECI), residentes nos 30 concelhos-piloto, a quem foi atribuído apoio financeiro, tendo este sido recusado a 622 pessoas. Até 31 de maio, o Ministério da Segurança Social atribuiu o ECI a 3562 pessoas.

A vice-presidente da ANCI sublinha que estes números estão muito aquém dos 13.200 cuidadores que estima existirem nos concelhos-piloto. Além disso, sublinha que um dos entraves está relacionado com as pensões de velhice, pois quem recebe este tipo de pensão não se pode candidatar. "Há um leque muito grande de pessoas que não está a ser contemplado e a larga maioria são idosos", denuncia ao JN.

"Há meses que se fala em fazer uma campanha de divulgação do ECI”

Maria dos Anjos Catapirra confessa que nunca pensou que se candidatassem apenas 3.562 pessoas a nível nacional, e culpa o Ministério da Segurança Social por ainda não se ter avançado com uma campanha de divulgação do estatuto. "Há meses que se fala em fazer uma campanha de divulgação do ECI, o que ainda não aconteceu." Em declarações ao JN, o Ministério diz, porém, que esta será lançada “nas próximas semanas”.

A vice-presidente queixa-se ainda da burocracia e desconhecimento, para não haver mais candidaturas. "A única mudança positiva foi retirarem o atestado que era exigido, a confirmar que o cuidador informal não tem debilidades físicas ou psicológicas", refere a vice-presidente da ANCI, acrescentando o adiamento do prazo de entrega dos documentos até 30 de junho. “Isso não é simplificar, é adiar", sublinha.

Maria dos Anjos teme que não haja profissionais de saúde suficientes para aplicar esta medida de apoio na região de Lisboa e Vale do Tejo e aponta mais defeitos na aplicação do estatuto: "Quem tem complemento por dependência de primeiro grau está sujeito a junta médica, mas os médicos estão a recusá-la a quem não está acamado. Como se uma pessoa com alzheimer não precisasse de cuidados permanentes". “É de bradar aos céus” exclama ao JN.

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