A conferência de balanço sobre o “1º Programa de Apoio em Parceria CET/DGArtes - Arquivos das Artes Performativas”, lançado em 2021, numa parceria entre o Centro de Estudos de Teatro e a Direção-Geral das Artes, juntou na semana passada quinze companhias. Com apresentações da Marionet, Balleteatro, Companhia Maior, Teatro Experimental do Porto, Paula Parente Pinto (Arquivo Egídio Álvaro), Cena Lusófona, O Teatrão, companhia João Garcia Miguel, Teatro Mosca, Teatro Aberto, Teatro da Garagem, Filipe Crawford, Chapitô, Artistas Unidos e Útero, os organizadores afirmam que a conferência "permitiu entender a importância do programa na descoberta inesperada de milhares de objetos e documentos, bem como o desenvolvimento de abordagens muito heterogéneas para lidar com os respetivos acervos".
Algumas destas abordagens optaram por "um foco mais técnico, dedicando-se à catalogação e conservação física dos materiais, enquanto outras enfatizaram a dimensão de divulgação e partilha com o público". Em comum, todas registaram que o processo "levou à reconfiguração dos processos criativos em curso atualmente, aproximando a criação aos arquivos e às topologias e séries arquivísticas que cada companhia foi definindo". E todas as estruturas deram início a processos de reflexão interna sobre a melhor forma de organizar, preservar e tornar acessíveis os seus acervos, e, no processo, descobriram mais arquivos e novas formas de criação.
As coordenadoras do projeto, Maria João Brilhante e Ana Bigotte Vieira, consideram que a revisitação dos arquivos deve poder constituir um trabalho regular das estruturas e artistas que os conhecem, um trabalho que exige formação e acompanhamento, mas que também pode potenciar parcerias. Entre as recomendações para o futuro, defendem a abertura em breve de mais duas edições deste programa de apoio, com montantes reforçados, um projeto piloto para tratamento e digitalização de arquivos audiovisuais, o reforço da estrutura de acompanhamento científico dos projetos e o incentivo à troca de métodos e procedimentos entre as estruturas apoiadas.
Nas declarações finais, o Diretor-Geral das Artes, Américo Rodrigues, confirmou os resultados positivos do programa. “Tudo levaria a pensar que o deveríamos continuar”, afirmou, inclusivamente para um programa “de apoio sustentado”, mas faz depender essa transformação “natural” de uma “reivindicação junto do poder político para que a linha continue”, nomeadamente em parceria com outras instituições públicas.