Genocídio

Apelo judeu internacional contra o genocídio em Gaza

10 de setembro 2024 - 14:54

Dezenas de intelectuais e ativistas da comunidade judaica de vários países lançaram um apelo ao cessar-fogo, sanções a Israel e julgamento dos criminosos de guerra e seus cúmplices. Leia aqui o apelo.

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Jewish Voice for Peace em frente à Casa Branca
Jewish Voice for Peace em frente à Casa Branca. Foto Susan Melkisethian/Flickr

Há mais de 10 meses que todos os dias, em Gaza, idosos, mulheres, crianças e homens são deliberadamente alvejados e mortos. O ocupante ataca escolas, hospitais e campos de refugiados. Ataca médicos, jornalistas e desportistas. Organiza a fome. Tortura os prisioneiros, como demonstrou o relatório da B'Tselem.

Há meses que centenas de milhares de habitantes de Gaza sobrevivem em tendas nas piores condições, com uma falta de higiene que propicia as epidemias.

O mundo sabe e os líderes estão em silêncio. Alguns dizem que estão “preocupados”, mas, coletivamente, permitem que o governo de extrema-direita no poder em Israel destrua o direito internacional um pouco mais a cada dia que passa. Pior ainda, continuam a fornecer armas e munições aos genocidas. Os Estados Unidos acabam de renovar o seu financiamento de milhares de milhões de dólares a Israel para armas e equipamento militar.

A decisão que se impõe, de sancionar fortemente este Estado que comete os piores crimes com impunidade, ainda não foi tomada.

Nós, Judias e Judeus, porque o crime está a ser cometido em nosso nome, porque nos recusamos a ser cúmplices deste crime atroz, porque nos recusamos a permitir que o antissemitismo (que é a nossa história íntima) seja utilizado para justificar o horror,

Apelamos a uma solidariedade concreta com o povo martirizado de Gaza,

Apelamos a um cessar-fogo e ao fim da matança,

Apelamos a todos os países para que sancionem o Estado de Israel,

Apelamos ao julgamento dos criminosos de guerra e dos seus cúmplices.


Primeiros signatários:

  • Simon Assoun (Tsedek, França)
  • Ariella Azoulay (ensaísta e fotógrafa, Estados Unidos)
  • Etienne Balibar (filósofo, França)
  • Michel Benizri (ator, França)
  • Manon Boltansky (NPA, França)
  • Rony Brauman (médico, França)
  • Eitan Bronstein (De-colonizer, Bélgica/Israel)
  • Éléonore Bronstein (De-colonizer, Bélgica/Israel)
  • Judith Butler (filósofa, Estados Unidos)
  • Zohar Chamberlain Regev (Flotilha da Liberdade, Israel)
  • Shelley Cohen Fudge (JVP, Estados Unidos)
  • Laurent Cohen Medina (tradutor, Espanha)
  • Liliana Cordova-Kaczerginski (IJAN, Espanha)
  • Hilla Dayan (socióloga, Israel, Países Baixos)
  • Sonia Fayman (UJFP, França)
  • Dror Feiler (EJJP, Suécia)
  • Gabriel Hagaï (rabino, França)
  • Shir Hever (economista, Alemanha/Israel)
  • Carolyn Karcher (Professora, JVP, EUA)
  • Pierre Khalfa (sindicalista, França)
  • Daniel Kupferstein (realizador, França)
  • Déborah Leter (Tsedek, França)
  • Jean-Marc Lévy-Leblond (físico, França)
  • Gus Massiah (CRID, França)
  • Béatrice Orès (UJFP, França)
  • Ilan Pappé (historiador, Israel)
  • Nurit Peled-Elhanan (professora, Israel)
  • Donald Pelles (JVP, Estados Unidos)
  • Fanny-Michaela Reisin (Professora, Alemanha)
  • Yakov Rabkin (professor, Canadá)
  • Catherine Samary (investigadora, França)
  • Jérôme Segal (professor catedrático, França)
  • Yonatan Shapira (antigo piloto, Israel)
  • Michèle Sibony (UJFP, França)
  • Eyal Sivan (cineasta, ensaísta, França/Israel)
  • Pierre Stambul (UJFP, França)
  • Michel Staszewski (professor, Bélgica)
  • Marcelo Svirsky (professor, Argentina e Austrália)
  • Claude Szatan (ativista comunitário)
  • Lea Tsemel (advogada, Israel)
    Dominique Vidal (jornalista, França)
  • Richard Wagman (UJFP, França)
  • Michel Warschawski (jornalista e ativista, Israel)


Juntaram-se a este apelo centenas de signatários judeus, além de mais de 2.500 assinaturas de apoio.