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Angola: Professores avançam para greve nacional

A greve de docentes exige “melhores condições laborais e promoções", é convocada por dois sindicatos e decorrerá entre 22 de abril e 2 de julho, em três fases. Este sábado realizaram-se em Luanda e noutras cidades do país manifestações de estudantes contra o aumento das propinas.
Professores angolanos avançam para a greve - Foto sinprof, facebook
Professores angolanos avançam para a greve - Foto sinprof, facebook

Greve de professores angolanos a partir de 26 de abril

A greve é convocada pelo Sindicato Nacional de Professores do Ensino e Trabalhadores do Ensino não Universitário (Sinptenu) e pelo Sindicato Nacional dos Professores (Sinprof).

Segundo a Lusa, o Sinptenu afirma que a greve terá três fases, a primeira entre 22 e 27 de abril, a segunda entre 24 e 27 de maio e a terceira entre 14 de junho e 2 de julho. A greve nacional foi convocada por uma assembleia representativa dos trabalhadores do ensino não universitário, que teve lugar em Luanda, no sábado passado, e analisou o caderno reivindicativo enviado ao ministério da Educação.

De acordo com uma nota do sindicato, citada pela agência, a declaração de greve foi motivada pela "falta de uma resposta satisfatória" por parte de entidade patronal, que "tão pouco considerou os problemas que afligem os trabalhadores do setor da Educação". Outras razões para a greve são a "não-promoção de categorias e a não fixação de um prazo para a atualização da tabela salarial, num altura em que o poder de compra dos salários já desceu mais de 40%”.

Por sua vez, o Sinprof anunciou uma greve a partir de 26 de abril. Guilherme Silva, presidente do Sinprof, declarou ao Novo Jornal: "A greve é um facto" e “foi declarada por unanimidade pelos professores em assembleia realizada esta manhã". O dirigente sindical acrescentou que a paralisação será interpolada e terá início às 7h de segunda-feira, dia 26 de abril.

Estudantes manifestaram-se contra o aumento das propinas

Segundo o Novo Jornal, os estudantes manifestaram-se no passado sábado em Luanda, no Huambo e no Uíge contra a subida do custo das propinas. Nas três cidades, a polícia interveio e deteve alguns estudantes, que posteriomente foram libertados.

Protesto dos estudantes, Luanda, 17 de abril de 2021 – Foto Arthur Sousa/facebook
Protesto dos estudantes, Luanda, 17 de abril de 2021 – Foto Arthur Sousa/facebook

Segundo o Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), em Luanda os estudantes manifestaram-se pacificamente até ao Largo das Heroínas e depois foram interrompidos pela Polícia de Intervenção Rápida (PIR), que os afastou com disparos e gás lacrimogéneo. Quatro manifestantes foram presos pela polícia, sendo posteriormente libertados.

Francisco Teixeira, presidente do MEA, declarou ao jornal: "Saímos bem do Largo das Heroínas e quando chegámos ao Ministério da Educação a PIR agrediu-nos do nada no local que estava combinado com as autoridades". Também no Huambo e no Uíge há relatos de que a polícia deteve vários estudantes.

A Lusa refere que em Luanda a manifestação estudantil teve a participação de mais de 250 jovens. Francisco Teixeira disse à agência que a intervenção da polícia provocou “alguns feridos” e criticou: "Não percebemos como é que mesmo depois de termos chegado ao Largo dos Ministérios, ainda assim a polícia veio por cima de nós e nos bateu".

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