A Amnistia Internacional emitiu um comunicado a defender que Eslovénia e Montenegro não devem permitir o desembarque do MK Kathrin, o barco que transporta explosivos para Israel e que acabou por retirar a bandeira portuguesa.
Nataša Posel, dirigente da Amnistia Internacional na Eslovénia, defende que “a carga mortal do MV Kathrin não deve chegar a Israel pois há um claro risco de contribuir para os crimes de guerra contra civis palestinianos.” A informação de que o barco com oito contentores de explosivos RDX Hexogen se dirige para o Montenegro e para o porto esloveno de Koper é atribuída a declarações quer do Gabinete do Primeiro-Ministro esloveno quer do Gabinete do Ministro dos Negócios Estrangeiros português. De acordo com esta organização não governamental “não é claro como é que a carga chegará depois a Israel”.
A Amnistia Internacional lembra que o direito humanitário internacional proíbe todos os Estados de transferirem armas para as partes num conflito armado quando existe um risco claro de que isso contribua para a prática de crimes de guerra ou outras violações graves.
A mesma instituição afirma ter documentado “provas extensas de crimes de guerra” cometidos na Palestina. Sendo que, por exemplo, “os militares israelitas utilizaram armas explosivas para atacar diretamente civis e ataques indiscriminados em Gaza, para bloquear a ajuda humanitária e para punir coletivamente a população palestiniana”.
Invoca-se ainda a Convenção de Genebra, relativamente ao direito humanitário internacional, que os estados que continuam a fornecer armas a Israel estão a violar. E considera-se urgente impedir estas transferências de armas.
Natasha Posel acrescenta que a AI “apela a um embargo imediato de armas” que sejam destinadas àquele conflito.