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Almaraz quer construir novo depósito de resíduos nucleares

As empresas elétricas donas da central nuclear dizem que o depósito construído no ano passado estará saturado até 2027.
Foto do Ministério do Interior espanhol/Flickr

O diretor da Central Nuclear de Almaraz, Rafael Campos, anunciou na semana passada que está em estudo a possibilidade de construção de um novo ATI (armazém temporário individualizado) para colocar o combustível nuclear usado pela central e que está depositado nas “piscinas” das instalações.

A proposta de prolongamento do funcionamento da central nuclear até 2028 foi acordada pelas empresas donas da central, a Iberdrola, Endesa, Naturgy. Nessa proposta, o reator I encerraria em 2027 e o reator II em 2028. A central de Almaraz cumpre os seus 40 anos de vida útil em 2023 e o prolongamento da sua exploração tem vindo a ser contestado pelos movimentos ambientalistas dos dois lados da fronteira.

A administração argumenta também que o novo ATI para colocar o combustível usado em Almaraz será sempre necessário, uma vez que após o desmantelamento da central esse combustível terá de ter algum destino. Contudo, não avança com uma proposta concreta quanto à sua localização ou mesmo se se trata de uma nova instalação ou da ampliação do ATI existente, cuja construção chegou a ser contestada pelo governo português. Na altura, foi apresentada uma queixa contra Espanha, sendo retirada após um parecer da Agência Portuguesa para o Ambiente, que conclui que o ATI seguia as práticas internacionais em vigor quanto à segurança dos resíduos.

Por outro lado, o plano para construir um Armazém Temporário Centralizado para resíduos nucleares encontra-se bloqueado. O presidente da comunidade de Castilla La Mancha, reeleito este domingo com maioria absoluta pelo PSOE, fez da recusa da construção desse projeto na localidade de Villar de Cañas uma bandeira eleitoral.

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